Quando as “Eco-Ideias” Vão Longe Demais: Empresa quer Matar Camelos para Reduzir CO2

Quando as “Eco-Ideias” Vão Longe Demais: Empresa quer Matar Camelos para Reduzir CO2

17 de Junho, 2011 9

Uma empresa australiana apresentou uma proposta “inovadora” contra as emissões de CO2: matar toda a população de camelos do país, já que os seus gases contribuem para o efeito de estufa… Cada camelo emite cerca de 45 kg de gás metano por ano, o que equivale a uma tonelada de CO2.

A companhia australiana Northwest Carbon propõe matar os mamíferos, utilizando helicópteros e carros, e depois processar a sua carne para elaborar alimentos para animais e pessoas. Serão ainda oferecidos ‘créditos de carbono‘ por cada camelo morto…

Esta proposta está a ser avaliada pelo Governo de Camberra, como parte do seu projecto para a redução dos gases poluentes no sector agrícola, explicou o secretário legislativo sobre as Mudança Climática, Mark Dreyfus.
Os camelos não são só um dos maiores emissores de CO2 na Austrália, mas também causam prejuízos anuais nas colheitas, avaliados em mais de 10 milhões de dólares.

No entanto, esse número “não inclui o custo para o ambiente” e o dano produzido por eles é maior “em períodos secos quando se juntam em hordas”, disse Jan Ferguson, directora do Ninti One, organismo responsável pelo Projecto para o Controlo de Camelos Selvagens na Austrália.
Os camelos, cuja população se duplica a cada 9 anos, têm um instinto de sobrevivência tão desenvolvido que podem beber até 200 litros de água em 3 minutos e percorrer 70 km por dia. 
O projecto do Ninti One apresentou a iniciativa CamelScan, que permite à população comunicar a localização dos animais no Google Maps e analisar os seus movimentos e comportamentos de acordo com a estação do ano.
“Mesmo com a tecnologia actual, a erradicação da população total selvagem é considerada impossível e, por isso, o projecto de controlo destes animais pretende simplesmente reduzi-la em áreas críticas”, disse Jan.
A Austrália recebeu o seu primeiro camelo em 1840, procedente das Ilhas Canárias, e depois os colonos britânicos começaram a importá-los da Índia e do Paquistão. Inicialmente foram utilizados para explorar a vasta região desértica do centro do país, uma vez que os animais podem carregar até 800 Kg. Foi assim até ao século XX, quando a sua função passou para comboios e veículos. Nessa época, milhares foram libertados e, desde então, reproduzem-se sem controle.
Fonte: Hoje Macau
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9 comments on “Quando as “Eco-Ideias” Vão Longe Demais: Empresa quer Matar Camelos para Reduzir CO2
  1. Anónimo

    Se nos matarmos a nós próprios, ainda mais, o problema também fica resolvido E DE QUE MANEIRA!!!

    19 de Junho, 2011
  2. UniPlanet

    O problema é que o "comércio" de carbono está tão em voga que serve de desculpa para quase tudo.

    20 de Junho, 2011
  3. aNaTureza

    Apesar de tudo, surpreendem-me sempre os "bodes expiatórios" usados como fazendo parte de soluções.
    Está tudo cada vez mais desequilibrado.

    21 de Junho, 2011
  4. UniPlanet

    E toda esta história começou com um simples camelo que foi levado para um ecossistema que não era o seu, outros seguiram-no até se começarem a multiplicar de tal forma que hoje talvez sejam chamados de praga… E como hoje desde que se fale em carbono toda a gente aplaude, foi uma maneira "inteligente" de se tratar do assunto…

    21 de Junho, 2011
  5. Anónimo

    Bem escrevi… Nós também infestamos muitos Ecossistemas e os destruímos logo também devemos ser aniquilados!

    22 de Junho, 2011
  6. UniPlanet

    É uma hipótese 🙂

    22 de Junho, 2011
  7. Anónimo

    e é a mais Natural… para todas as espécies envolvidas!

    22 de Junho, 2011
  8. Manuela Araújo

    Isto confirma a citação do Prof. Valdemar Rodrigues, "Unlike human intelligence, which is limited by definition, human stupidity has always been endless… "

    Haja paciência, mas confesso que a minha se esgota…

    23 de Junho, 2011
  9. UniPlanet

    Olá Manuela, muito interessante o post e cheio de razão:
    "(…) desta vez o lobo não se veste de prestamista amigo, mas de preocupado ambientalista! Sei como vai ser difícil combater esta "estirpe viral" que está já a tornar-se pandémica."

    26 de Junho, 2011
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