As Vacinas e os Caranguejos-ferradura
Com cerca de 300 milhões de anos, os caranguejos-ferradura (ou límulos) são 200 milhões de anos mais velhos do que os dinossauros. Este animal já sobreviveu a eventos de extinção em massa que dizimaram milhões de outras espécies. As fêmeas chegam a pôr 90 mil ovos, que alimentam várias aves marinhas e reforçam ecossistemas inteiros. Apenas 10 desses ovos sobrevivem.
Nos EUA, o sangue azul destes animais tem sido usado para testar vacinas. O sangue destes animais é invulgar por duas razões: é azul, pois utiliza cobre para transportar oxigénio para todas as partes do corpo (assim como o ferro da hemoglobina faz com que o nosso sangue seja vermelho) e reage à presença de endotoxinas bacteriológicas, coagulando em torno da contaminação e detendo-a numa substância parecida com gel.
O sangue dos caranguejos-ferradura é tão sensível que consegue reagir a uma contaminação numa concentração de uma parte por bilião. O componente químico do sangue dos caranguejos que causa esta reacção, a coagulação, é isolado e é utilizado num teste laboratorial para detectar se o equipamento médico, vacinas e outros injetáveis estão livres de contaminações bacteriológicas.
Meio milhão de caranguejos-ferradura são capturados e sangrados, todos os anos, em laboratórios ligados às empresas farmacêuticas. Os animais são amarrados enquanto o seu sangue é extraído por 24 a 72 horas. As garrafas enchem-se com o sangue deles, de tom azul.
The sky is blue, grass is green and blood is red. Right? Wrong! Blood can be blue, violet, green or clear. The…
Posted by American Museum of Natural History on Sunday, October 25, 2015
De seguida, os caranguejos são soltos novamente no oceano. E, de acordo com as empresas farmacêuticas, o processo é quase igual à doação humana de sangue; no entanto, entre 10 a 30 % destes animais acabam por morrer devido ao processo.
A indústria de extração do sangue destes animais é maioritariamente norte-americana e gera anualmente 37,1 milhões de euros, refere o Inhabitat. Antes do processo de extração do sangue de caranguejo ter sido aprovado nos anos 1970 pela Food and Drugs Administration, os testes para a deteção de contaminações eram feitos em coelhos e a sua reação à contaminação podia demorar até 48h a manifestar-se. Com o sangue de caranguejo este tempo de espera foi diminuído para 45 minutos.
“Os caranguejos-ferradura vivem no chão do oceano, perto da costa. Quando eles querem acasalar, nadam para as águas rasas, e os coletores de caranguejos-ferradura juntam-se lá, tirando os caranguejos do seu habitat”, explica um artigo de 2014 no The Atlantic. O artigo aponta que já houve observações de fêmeas de caranguejos-ferradura que se tornaram menos propensas a produzir descendentes depois de terem sido sangradas.
De acordo com a Lista Vermelha do IUCN, o caranguejo-ferradura já está classificado como uma espécie perto de ser ameaçada de extinção. E já foi observado um declínio na população de aves que se alimenta dos ovos destes caranguejos.
Fontes: The Dodo, Olhar Animal e Green Savers
1ª Foto: Mark Thiessen/National Geographic Creative/ 2ª Foto: Shutterstock
Anónimo
Os animais Umanos não param… Sempre a torturar e a matar!
Ah GRANDE ESPÉCIE!
10 de Janeiro, 2016Unknown
somos a pior espécie do planeta!!!!
26 de Março, 2016