Se os Anúncios das Bebidas Gaseificadas Fossem Honestos [Vídeo]
“Está muito calor lá fora?
Precisas de te refrescar? Em vez de água, deixa-me sugerir uma garrafa gelada de rebuçado/bala. Ok, adicionámos água e gás, por isso podes fingir que é uma bebida. Mas não é. É basicamente xarope de glicose, mas eu e a concorrência passamos décadas e investimos milhões de dólares para que o público associasse o nosso produto com diversão, alegria, união e, em alguns casos, a feriados, o que felizmente acontece regularmente, para sempre!
A verdade é que tu provavelmente já estás familiarizado com a ideia de consumir açúcar líquido com bolhas, por isso não vou gastar mais dinheiro nisto, nem vou pagar a uma celebridade milhões de dólares para te dizer para beberes açúcar líquido com gás – não preciso! Tu adora-lo!
Se está calor lá fora ou se quiseres ter amigos ou qualquer aspeto de vida aceite universalmente, acho que deves comprar este rebuçado/bala líquido gaseificado. Mas mais importante: compra também para os teus filhos.
Claro que se o teu filho anda numa escola pública, investimos fortemente nas suas refeições escolares. Por isso vamos vender-lhes diretamente a eles e tirar-te totalmente da equação. Até podem pôr dinheiro nas máquinas e escolher de uma grande variedade de sabores.
Hmmm! Corante de caramelo! Se soubesses quanto açúcar um ser humano deveria consumir por dia – muito pouco! E quanto açúcar há numa garrafa desta bebida – mesmo muito-, provavelmente não a beberias. E nós queremos que tu bebas, por isso certificámo-nos que o FDA não te forneceria esta informação.
Mas se mesmo assim estiveres muito preocupado, podemos pôr a palavra “dieta” algures na garrafa e substituir os açúcares naturais por químicos que são tão incompatíveis com a biologia humana, que os nossos corpos nem os conseguem metabolizar. Felizmente, temos a certeza que estes químicos não provocam danos duradouros. Bem, exceto cancro de bexiga em animais de laboratório e outros tipos de cancro noutros animais de laboratório. Mas tu és um ser humano!
Doce, doce, ácido! Sim, ácido é a palavra certa. Se se deitar uma garrafa de ácido açucarado refrescante num carro, vai tirar-lhe a pintura. Mas nós não o deitamos em carros. Deitamos na nossa boca, passando pelos dentes, até à nossa barriga.
E vais pagar mais por esta bebida do que o que devias, embora não tenha custado praticamente nada a produzir. A garrafa, por acaso é a parte mais cara.”