Central Nuclear de Almaraz: a “Bomba Atómica” na Margem do Rio Tejo [Reportagem]
A central nuclear de Almaraz é a central mais antiga de Espanha. Deveria ter fechado em 2010, no entanto, o governo espanhol prolongou-lhe a vida até 2020 e as empresas acionistas pretendem que a licença seja renovada por outros 10 anos.
A funcionar desde o início da década de 80, a central está situada junto ao Tejo e faz fronteira com Castelo Branco e Portalegre.
São vários os riscos associados a uma central que está “fora de validade” e que já sofreu mais de 2500 avarias. Em 2016, já parou duas vezes devido a problemas técnicos que não foram totalmente esclarecidos.
A Renascença realizou uma importante reportagem sobre a central nuclear de Almaraz, onde, embora não haja “nada a esconder”, nada é mostrado.
No sábado, dia 11 de junho, realiza-se uma manifestação ibérica pelo encerramento da central nuclear de Almaraz, em Cáceres (Espanha).
“Estamos bastante otimistas e expectantes com a participação portuguesa nesta manifestação, que vai ser, de longe, a maior presença portuguesa em manifestações do género. Neste momento, temos confirmadas mais de 400 pessoas e até sábado certamente que mais irão”, disse Nuno Sequeira, da Quercus.
“É uma ação cívica inteiramente justificada [a manifestação], tendo em conta o facto de a central estar a operar para além do seu período de vida útil, ter reportado recentemente diversos incidentes de funcionamento e constituir, por isso, um risco efetivo para as populações de Espanha e Portugal, bem como para o rio Tejo”, afirmou o eurodeputado Carlos Zorrinho (PS).
“Urge fechar Almaraz. Esta central nunca deveria ter existido, já ultrapassou o seu tempo de vida em 2010 e o Governo do Estado espanhol ainda quer prolongar o seu funcionamento até 2030”, recordou a eurodeputada Marisa Matias (BE).
“Sabemos que o próximo Governo espanhol terá que levar em conta a vontade de um cada vez maior número de cidadãos, de ambos os lados da fronteira, para desmantelar esta e outras centrais nucleares que se encontram obsoletas e representam um perigo real e iminente para as pessoas e para o equilíbrio dos territórios”, afirmou André Silva, do PAN.
Fontes: RR e Observador
Atualização: Cerca de 2000 pessoas participaram na manifestação ibérica em Cáceres, do dia 11 de junho, a exigir o encerramento da central nuclear de Almaraz. “Chernobyl, Almaraz, Fukushima nunca mais!”