Vinho de Cobra e outros Souvenirs Exóticos a Evitar nas Férias
Foto: Luong Thai Linh, EPA/Corbis
Vai de férias ao estrangeiro neste Verão? Pense duas vezes nos souvenirs que vai comprar, que podem ser ilegais ou desumanos.
Como viajante tem o poder de contribuir para a conservação. Torna-se cada vez mais fácil fazer uma viagem sustentável.
Algumas companhias de viagens começam a apoiar a luta contra a caça ilegal e o tráfico de espécies selvagens, recusando-se a transportar prémios de caça e animais exóticos. A JetBlue passará brevemente a mostrar um vídeo aos seus passageiros para os informar sobre o comércio ilegal de vida selvagem e até cruzeiros como o Royal Caribbean Cruises e o Carnival se comprometeram a educar o seu pessoal e os passageiros numa tentativa de travar a aquisição de produtos de vida selvagem ilegais, explica o National Geographic.
O comércio de vida selvagem
O comércio multimilionário de vida selvagem, muito do qual é ilegal e está altamente organizado – mesmo onde os animais estão protegidos -, já levou várias espécies à extinção. Alguns animais são apanhados e vendidos como animais de estimação exóticos; outros são caçados e mortos pelas suas peles, para serem usados como amuletos ou em medicina. Muitos mais acabam nas ementas dos restaurantes.
Subornos, disfarces de carregamentos, papéis falsos e até mesmo ameaças de morte são práticas comuns neste tipo de comércio. Os comerciantes contornam a lei ao contrabandearem animais para países onde as leis de comércio não se aplicam.
Souvenirs exóticos
Provavelmente já sabe que é ilegal e desumano trazer consigo marfim de elefante, chifre de rinoceronte ou produtos de tigre. Mas há imensos outros souvenirs que talvez não se aperceba que põem a vida selvagem em perigo.
Pode começar por se fazer estas perguntas:
De que é feito este produto?
De onde vem?
Foi comprometido o bem-estar de algum animal para o produzir?
E quando se deparar com um dos seguintes artigos, já sabe que deve dizer que não.
Produtos de tartaruga marinha: Sabia que 6 das 7 espécies de tartarugas marinhas estão ameaçadas? Evite qualquer souvenir de tartaruga marinha. Isto inclui joalharia, acessórios para o cabelo, instrumentos musicais, sopa, carne e ovos de tartaruga marinha, produtos de couro de tartaruga, cremes faciais e tudo o que estiver identificado como “carapaça de tartaruga”.
Vinho de cobra: Em países do sudeste da Ásia não é incomum encontrarem-se, à venda, garrafas de vinho com uma cobra dentro delas. Há quem acredite que tem propriedades medicinais (não é verdade) e há quem aprecie o elemento macabro. Mas a verdade é que é cruel e desumano. O vinho de cobra costuma ser feito afogando-se uma cobra viva em álcool. Também pode ser perigoso – de vez em quando, a cobra não morre. Acorda de um sono embriagado para morder a pessoa a beber o vinho, segundo a BBC. Ou então transmite parasitas mortais.
Coral e conchas: Se vai visitar alguma comunidade costeira, é provável que encontre pessoas a vender coral seco e conchas do mar em mercados ou à beira da estrada. Alguns tipos de coral são “preciosos” e foram tão explorados que são considerados espécies ameaçadas. E é por isso que muitos países limitam o que pode ser exportado. Consulte as autoridades locais antes de comprar souvenirs de coral, joalharia ou decorações para aquários. Tenha também em atenção que alguns tipos de conchas – como a concha-rainha ou a ostra-gigante – que podem ser encontradas na praia ou à venda em lojas podem estar sujeitas a restrições semelhantes.
Medicamentos Tradicionais Asiáticos: Verifique os rótulos com atenção. Não compre produtos com tigre, rinoceronte, leopardo, urso preto asiático ou cervo almiscarado na lista de ingredientes. Várias espécies de ursos são mortas pelas suas vesículas biliares. A bílis do urso é depois usada em medicina e cosmética. Por toda a Ásia, ursos vivos são apanhados e enjaulados e a sua vesícula é dolorosamente retirada.
Penas de pássaro: Pode ser tentador trazer consigo uma pena colorida bonita, mas não compre produtos com penas de pássaros exóticos. Do mesmo modo, não compre um destes pássaros vivo, empalhado ou os seus ninhos.
Marfim: Entre 30 000 e 50 000 elefantes morrem todos os anos, vítimas de caça ilegal, por causa das suas presas de marfim, a um ritmo de 1 a cada 15 minutos. Não contribua para este comércio ilegal, trazendo consigo marfim, joalharia ou esculturas feitas de presas de elefantes.
Evite também marfim natural ou esculpido dos dentes e presas de narval, baleia, morsa e foca.
Peles: A maioria das espécies de felinos selvagens, incluindo tigres, jaguares, leopardos, ocelotes, gatos-tigres e gatos-leopardo, está protegida. Não compre peles, couros ou produtos feitos com as peles destes animais. O mesmo se aplica às peles de ursos polares, focas e lontras marinhas.
Produtos de primatas: Não compre um macaco vivo como animal de estimação. Ao fazê-lo, estará a contribuir para um comércio cruel – em países com a Indonésia, os caçadores disparam contra as mães orangotangos nas árvores, fazendo com que os bebés caiam para que sejam vendidos nos mercados de Jacarta. A maioria das espécies de primatas está protegida. Evite, também, peles, carne e amuletos de macaco (p. ex. as mãos de macaco no Japão).
Lãs de animais selvagens: O ameaçado e protegido antílope tibetano, ou chiru, é caçado ilegalmente por causa da sua lã superfina – o shahtoosh. O shahtoosh é muito valioso e usado para fazer xailes luxuosos que se podem encontrar no mercado negro da China, Índia e outros países da região. Esta lã não é tosquiada de animais vivos – é arrancada do couro tirado a animais mortos. Não contribua para este comércio ilegal comprando produtos de shahtoosh.
Do mesmo modo, se vai comprar produtos de lã de vicunha lembre-se que a caça furtiva, que tinha como objetivo a sua lã valiosa, levou este animal, em tempos, quase à extinção.
Pele de répteis: Algumas espécies de cobras, tartarugas aquáticas ou terrestres, crocodilos e de lagartos estão protegidas e, no entanto, são caçadas para dar origem a botas, malas, cintos, sapatos e carteiras. Tem a certeza de que sacrificar a vida de um animal para fazer uma carteira se justifica?