Mais Plásticos do que Peixes no Oceano até 2050
Todos os anos “pelo menos 8 milhões de toneladas de plásticos invadem o oceano – o que é o equivalente a despejar-se o conteúdo de um camião de lixo no oceano a cada minuto”, diz o relatório da Fundação Ellen MacArthur do início de 2016. “Se nenhuma medida for tomada, espera-se que [este número] aumente para dois por minuto até 2030 e quatro por minuto em 2050.”
“Num cenário em que continua tudo na mesma, prevê-se que o oceano contenha uma tonelada de plástico por cada 3 toneladas de peixes até 2025 e, até 2050, mais plástico do que peixes [por peso].”
Segundo o relatório, a produção de plástico aumentou 20 vezes desde 1964, tendo alcançado 311 milhões de toneladas em 2014. Nos próximos 20 anos, voltará a duplicar e, até 2050, chegará quase a quadruplicar, conta o The Guardian.
Apesar da crescente procura, apenas 5% dos plásticos são efetivamente reciclados. 40% destes produtos acabam em aterros e um terço em ecossistemas frágeis como os dos oceanos. A maioria do plástico restante é queimada, produzindo energia, mas causando a necessidade de se consumirem mais combustíveis fósseis para a produção de novos produtos, como sacos, copos e embalagens de plástico.
Um resíduo de plástico a flutuar no oceano pode acabar por se decompor, especialmente em águas com temperaturas mais elevadas, dando origem a fragmentos minúsculos deste material – os microplásticos – que são uma ameaça para uma variedade de animais marinhos, incluindo peixes e ostras. O processo de decomposição também liberta químicos tóxicos que podem ser digeridos pelos peixes e acabar na cadeia de alimentação humana. Os pedaços de plástico maiores constituem um perigo para outros animais, incluindo as aves marinhas e as baleias, que os ingerem. Até 2050, 99% das aves marinhas terão plástico nos seus estômagos. Os cientistas descobriram, também, que inúmeros fragmentos deste material se depositam no leito marinho, cobrindo-o. As consequências deste fenómeno ainda não são conhecidas.
A indústria do plástico não está a fazer o suficiente para enfrentar estes problemas, conclui o relatório.
Ellen MacArthur, que tem defendido uma economia circular, acredita que deverá existir uma “nova economia dos plásticos”, na qual a indústria, os governos e os cidadãos trabalham em conjunto para garantir que os plásticos nunca se tornam resíduos e, assim, impedir a sua “fuga” para os sistemas naturais.
“Os modelos de produção e consumo lineares estão a ser cada vez mais contestados pelo contexto em que operam, e isto é particularmente verdade para materiais de elevado volume e baixo valor como as embalagens de plástico”, afirma.
Parte da solução poderia ser, deste modo, repensar a maneira como os produtos são embalados, cortando a necessidade de se usar plástico. Os fabricantes deveriam, também, repensar os seus artigos de plástico para que possam ser reutilizados mais eficientemente e os seus métodos de produção para que tornem a reciclagem mais fácil.
OhNoItsJoana
Têm dois erros no artigo.
31 de Outubro, 2016A maioria dos plásticos vão para aterros e esse é o maior impacto ambiental porque ocupam espaço não sendo recuperados nem energia nem material. A recuperação é a melhor opção, sendo pela reciclagem (o ideal) e quando não é possível, como na mistura de polímeros, a incineração. Ambas são mais positivas para o ambiente do que o aterro, mesmo contabilizando a libertação de monomeros e gases de efeito de estufa na incineração. 8% do petroleo é utilizado na produção de plásticos, 4% é o material e 4% a energia despendida na produção.
Os peixes ingerem plástico mas este não é digerido. O plástico poderá interagir com o sistema digestivo passando para o interior das células ou sistema circulatório, ou causar erosões e obstruções. Mas o plástico não é degradado, não é digerido no sentido da palavra. Deveriam substituir por ingestão ou presença no sistema digestivo.