Universidade do Tennessee, nos EUA, Deixa de Usar Animais Vivos no Treino Cirúrgico
A última escola de medicina nos Estados Unidos e no Canadá a utilizar animais vivos – como cães, porcos, ovelhas e gatos – durante a formação dos seus alunos anunciou que irá acabar com a prática imediatamente.
A Faculdade de Medicina da Universidade do Tennessee, em Chattanooga, declarou que “deixou de oferecer aos seus alunos treino cirúrgico que utilize animais vivos como modelos”.
A Universidade de Johns Hopkins (UJH) fez o mesmo anúncio em maio deste ano, o que deixou a Universidade do Tennessee na posição de derradeira escola de medicina a fazer uso desta prática nos EUA e no Canadá. A atenção do público virou-se, consequentemente, para esta instituição, o que resultou na sua rápida mudança de políticas, a 24 de junho, um mês depois da UJH.
A universidade utilizará agora um simulador de cirurgia.
“Como a Universidade de Johns Hopkins, um mês antes, e inúmeras outras escolas de medicina antes desta, a Universidade do Tennessee reconheceu que as simulações e outros métodos de ensino que não requerem animais ultrapassaram a cruel e desnecessária utilização de animais vivos no treino de médicos”, disse John Pippin, médico do Comité para a Medicina Responsável – uma organização sem fins lucrativos que representa mais de 12 000 médicos e que pressionou esta instituição de ensino a abandonar a prática, por mais de 10 anos.
Os alunos de medicina tinham, anteriormente, de participar em aulas e sessões práticas obrigatórias que utilizavam animais vivos – vivissecção. Aprendiam a fazer operações nestes animais, como incisões, técnicas de sutura, remoção de órgãos, tratamento de lesões traumáticas – que lhes eram, primeiramente, infligidas –, entre outras práticas. No final, os animais eram eutanasiados.
Ao longo dos anos, no entanto, as escolas foram-se apercebendo que nem sempre um tratamento que é eficaz para um cão ou para um porco se prova igualmente eficaz para os seres humanos e que existem, atualmente, simuladores interativos e programáveis que replicam a anatomia humana de um modo muito preciso que tornam esta prática desnecessária, defende o Comité para a Medicina Responsável.