Califórnia proíbe espetáculos e criação de orcas em cativeiro
O novo Ato de Proteção e Segurança das Orcas, assinado pelo governador da Califórnia, Jerry Brown, proíbe os parques aquáticos – como a SeaWorld – de fazer espetáculos nos quais as orcas realizam truques para entreter o público, assim como bane a reprodução destes animais em cativeiro.
Desde a estreia, em 2013, do documentário Blackfish – onde é exposto o lado negro dos parques aquáticos –, a criação de orcas em cativeiro tem sido alvo de pesadas críticas, que, eventualmente, levaram a SeaWorld a anunciar a descontinuação do programa de reprodução destes animais em todos os seus parques dos EUA.
Embora a nova lei reproduza muitas das mudanças que a SeaWorld já se comprometeu a fazer, a sua importância é indiscutível, explica Naomi Rose, cientista especialista em mamíferos marinhos no Animal Welfare Institute (AWI), uma vez que assegurará que a empresa terá de cumprir o que disse e que nenhum outro parque aquático neste estado norte-americano possa criar ou realizar espetáculos não educativos com baleias assassinas, no futuro.
O ato significará também que as únicas orcas que poderão continuar em cativeiro na Califórnia serão as 11 presentes na SeaWorld de San Diego, conta a National Geographic. Será permitido resgatar e reabilitar orcas na eventualidade destas darem à costa, algo que Naomi Rose considera pouco provável. “Posso contar numa mão o número de vezes que uma orca deu à costa viva, foi resgatada e sobreviveu em cativeiro”, afirmou, abrangendo nesta declaração não só os casos verificados na Califórnia, como em todo o mundo.
Embora a utilização de orcas para entretenimento seja proibida, o ato permite a realização de espetáculos de caráter educativo. De facto, a SeaWorld anunciou que planeia substituir os seus espetáculos com baleias assassinas por “encontros educativos com orcas”, a terem início já em 2017.
O AWI espera ainda conseguir que os cetáceos sejam transferidos para santuários marinhos, deixando para trás o tempo das orcas em tanques de cimento. Esta medida não está, contudo, nos planos da SeaWorld, que defende que mantê-los nas suas atuais instalações é a “melhor e mais segura” opção para estes animais.
A Califórnia não foi o único estado norte-americano a aprovar este tipo de legislação. A Carolina do Sul proíbe a exibição pública de baleias e golfinhos, embora não tenha nenhum destes cetáceos em cativeiro. A lei previne, no entanto, que tal possa acontecer no futuro.
Os ativistas dos direitos dos animais esperam conseguir projetos de lei semelhantes no Texas e na Flórida, estado onde se encontra aquela que se acredita ser a orca em cativeiro há mais tempo, Lolita.