O Futuro Alimentar
Estamos no ano 2085, a Ana, o Tiago e o Joseph chegam a casa. Está na hora do jantar! A Ana frita um hambúrguer criado por um laboratório perto de casa, o Tiago prepara uns vegetais salteados com tofu e o Joseph decide fazer umas panquecas com farinha de grilo. Estranho? Não! Este pode muito bem ser o nosso futuro alimentar…
Num mundo com cada vez mais bocas para alimentar mas com cada vez menos recursos disponíveis, e sendo a alimentação uma parte fundamental das nossas vidas, estratégias têm de ser pensada e o certo é que a bem ou a mal a nossa alimentação terá que mudar.
Segundo analistas da Lux Research, o mercado das proteínas alternativas vai representar cerca de 1/3 do mercado alimentar pelo ano 2054, sendo as 3 alternativas principais: a proteína vegetal, os insectos e a proteína criada em laboratório (ver gráfico abaixo).
A alimentação vegetariana
Muitos viram na alimentação vegetariana uma boa saída, é menos poluente, necessita de menos espaço e utiliza menos recursos que a convencional, alem disso nenhuma vida senciente tem de morrer. No entanto uma alimentação vegetariana por si só pode não ser suficiente se continuarmos a usar quantidades elevadas de fertilizantes e pesticidas na produção de vegetais e fruta. Uma alimentação vegetariana mas biológica, com base nos princípios da permacultura e de preferência local pode ser uma boa solução.
Comer insectos
Os insectos fazem parte da alimentação oriental há milhares de anos. Estudos indicam que são uma boa fonte de proteína, melhor que a carne de vaca ou porco, ricos minerais e vitaminas do complexo B. Como existem em enormes quantidades não parece haver problema em consumi-los (tirando a aversão que esta ideia pode provocar à maioria de nós), são fáceis de produzir e mais baratos de comercializar. No entanto convém não esquecer que para nos sentir-mos saciados teríamos de comer uma quantidade enorme de insectos.
Carne em Laboratório
No ramo da biotecnologia, começamos agora a dar os primeiros passos para a produção de carne em laboratório. Para ser produzida extrai-se uma amostra de tecido ou células de um animal, que depois é replicado até formar um hambúrguer ou qualquer outro alimento. Com a vantagem que nenhum animal tem de ser morto neste processo. No entanto, esta carne terá um preço muito elevado (pelo menos numa fase inicial) e não será acessível à maioria das pessoas. Podemos também questionar se será saudável comer um produto que parece tão processado… Os cientistas dizem que sim, já que podem-se adicionar os nutrientes necessários, ou retirar gordura. Alguns projectos nesta área já estão a ser desenvolvidos. Um destes projectos fez há pouco tempo uma campanha de crowdfunding, que foi financiada em 152% em poucos dias. A Supermeat promete revolucionar a forma como se come carne, e pretendem começar a produzir em 2021. Para aqueles que não querem viver sem carne esta é uma boa solução.
Este artigo foi escrito por um convidado. Quer ver a sua história publicada no UniPlanet? Saiba mais.