Investidores pedem para que se venda menos carne
Um grupo de 40 investidores (incluindo a seguradora Aviva e vários fundos de pensão estatais suecos) que gerem 1,25 biliões de dólares em ativos lançou uma campanha dia 23 de setembro a solicitar que 16 empresas do setor alimentar mudem a fonte de proteína dos seus produtos, trocando a proteína animal por vegetal, ajudando assim a reduzir riscos ambientais e de saúde.
Entre as empresas visadas estão a Kraft, Heinz, Nestlé, Unilever, Tesco e a Walmart.
Jeremy Coller, fundador da FAIRR initiative e diretor de investimentos na empresa Coller Capital, disse:
“O excesso de confiança do mundo na criação de gado, para a crescente procura global por proteína é a receita para uma crise financeira, social e ambiental. A poluição causada pela pecuária intensiva, já está a um nível muito alto, enquanto que os padrões de segurança e bem-estar são muito baixos, a indústria não tem capacidade de lidar com o aumento previsto na procura global por proteínas”.
Os investidores querem saber se as empresas têm uma estratégia para lidar com este aumento da procura por proteína, e relembram que as empresas podem lucrar bastante com o mercado da proteína vegetal que está a crescer 8,4% ao ano.
Esta campanha segue um estudo da Universidade de Oxford que disse que 1,5 biliões de dólares relacionados com custos de saúde e alterações climáticas podiam ser poupados até 2050 se as pessoas reduzissem a sua dependência por carne.
O estudo também apontou que alguns países já começam a planear estratégicas para abrandar o consumo de proteína animal. Na Dinamarca, o governo estuda a possibilidade de um imposto sobre a carne vermelha e o governo chinês planeia reduzir o consumo de carne no país em 50%. Cá por Portugal, a realidade ainda está longe de ser esta e o governo até incentiva a produção destes produtos, com novos subsídios para o produção de leite cujo consumo tem vindo a cair desde há uns anos, e zero incentivos ao consumo de bebidas vegetais que cresceu 19%, em 2015.
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