Índia proíbe teste de produtos químicos em olhos e pele de coelhos
O Ministério da Saúde da Índia proibiu a utilização de testes de Draize em coelhos, autorizando o uso de alternativas aprovadas pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) que não envolvam animais.
O teste de Draize foi desenvolvido há mais de 70 anos para avaliar o potencial de irritação ocular ou cutânea do contacto com produtos químicos, como cosméticos, medicamentos, inseticidas, entre outros. O procedimento é geralmente realizado em coelhos, aos quais é aplicado o produto a ser testado num olho ou na pele das costas (após a remoção do pelo).
Os animais são depois monitorizados, durante um período de até duas semanas, sem lhes ser administrado qualquer medicamento para aliviar a dor, em busca de sinais de danos causados pelas substâncias químicas, tais como inchaço, ulceração, hemorragia ou cegueira, explica a organização de defesa dos direitos dos animais, Humane Society.
Trata-se de uma prática não só cruel como também “ultrapassada”, defende a organização, e que não é relevante nem reflete com precisão as respostas humanas ao contacto com químicos.
Têm sido desenvolvidas diversas alternativas a estes testes em animais, aprovadas e reconhecidas a nível mundial, entre as quais se destaca a utilização de tecidos reconstruídos da pele e da córnea humanas.
“Esta é uma decisão histórica do Ministério da Saúde”, disse Alokparna Sengupta da Humane Society. “Milhares de coelhos serão deste modo poupados a uma das mais cruéis e infames experiências em coelhos de que a humanidade tem conhecimento. Esta [medida], juntamente com a proibição do teste de cosméticos aprovada na Índia em 2014, dará ao país o tão necessário impulso para que avance em direção às ciências mais humanas e avançadas do séc. XXI.”