Movimento Malha.R quer pô-lo a tricotar por quem mais precisa

Movimento Malha.R quer pô-lo a tricotar por quem mais precisa

15 de Novembro, 2016 0

“Porque o frio e a chuva pedem o calor duma lareira, dum aquecedor ou dum cobertor, porque não darmos um pouco do nosso calor humano e tricotar uma manta para aquecer quem mais precisa?” Este é o lema do Movimento Malha.R. O desafio é tricotar uma manta, durante o mês de novembro, para aquecer quem mais precisa.

O UniPlanet falou com a criadora do Movimento Malha.R, Mónica Faísca, para ficar a conhecer melhor esta ideia.

 

UniPlanet (UP): Como surgiu a ideia do Movimento Malha.R e em que consiste?

A ideia surgiu no Inverno passado quando resolvi fazer malha, como todos os anos faço. Um hábito transmitido pelas mulheres da minha família que todos os Invernos fazem malha: cachecóis, mantas, gorros…
O ano passado entusiasmei-me e o que deveria ser um cachecol, transformou-se numa manta que resolvi doar a um lar de Idosos através do programa dos CTT “embalagem solidária”.

Recordo-me perfeitamente do dia em partilhei com o meu marido, enquanto tricotava, como uma manta seria um gesto tão simples para quem sabe tricotar e a diferença que faria a quem mais precisa. De forma que este ano, não hesitei em voltar a tricotar uma manta para doar e a desafiar os meus amigos e os amigos dos meus amigos a juntarem-se ao Movimento, a que chamei Malha.R.

O Movimento consiste em tricotar uma manta até 30 dias (há quem seja mais rápido!!!!) e oferecê-la a quem mais dela precisar.

Quem aderir ao Movimento deverá também nomear pessoas para se nos juntarem de forma a alargarmos o círculo de participação e garantir apoio a um maior número possível de pessoas carenciadas.
O Movimento Malha.R é, igualmente, uma plataforma de troca de “saberes e sabores” no verdadeiro espírito de comunidade porque, como existem pessoas que querem participar mas não sabem tricotar, encontram aqui quem as ensine a dar os primeiros pontos por troca de algo que saibam fazer e que possam transmitir, como receitas de bolos, por exemplo.

UP: Ainda nos podemos juntar ao projeto?

Claro que sim! Até ao Natal vamos tentar reunir o maior número possível de participantes no Movimento e dar vida ao lema: “Solidariedade é amor em movimento”.
Refiro o Natal porque é uma época em que devemos transmitir mais ainda o nosso calor humano, sair da nossa zona de conforto, olhar em nosso redor e proporcionar momentos de conforto e bem-estar a quem mais precisa. A manta é o meio para um abraço, um olhar, uma palavra amiga. A manta é o mote para um momento de conversa com quem vive em solidão, com quem vive desprezado pela familia e pela sociedade.

UP: A quem se destinam as mantas depois de terminadas?

Quem adere ao movimento e malha connosco, depois de terminada a sua manta, identifica e entrega directamente a quem, na sua rede de conhecimentos e/ou na sua área geográfica considera que mais precisa e a quem mais faria diferença: uma família carenciada, uma criança, um idoso, um sem-abrigo, um acamado(a)…

UP: Acredita que as redes sociais podem ajudar a encontrar soluções para problemas da nossa sociedade?

Acredito sobretudo no poder da vontade e no altruísmo. Essa vontade leva-nos a descobrir caminhos para concretizar objectivos e aí sim, entram as Redes Sociais. Elas permitem-nos chegar a mais pessoas, mais rapidamente, garantindo desta forma uma cobertura social mais abrangente e uma exposição mais alargada que poderá atravessar fronteiras e servir de exemplo (e ser aplicada) a outras realidades sociais.

UP: Onde podemos encontrar mais informação sobre o Movimento Malha.R?

Poderão seguir o movimento através da sua página de facebook. Aqui poderão acompanhar o evoluir de cada uma das mantas que os participantes no movimento vão partilhando.

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