Johnson & Johnson, Tesco e Sainsbury’s trocam o plástico das cotonetes por papel, no Reino Unido
As duas maiores cadeias de supermercados do Reino Unido, a Sainsbury’s e a Tesco, comprometeram-se a substituir o plástico das cotonetes das suas próprias marcas por papel, até ao final de 2017.
A empresa Johnson & Johnson, entretanto, já começou a fazer esta troca, depois de um compromisso semelhante, e as cotonetes com hastes de papel deverão chegar às prateleiras das lojas do Reino Unido nas próximas semanas.
O objetivo destas medidas é evitar que tantas cotonetes acabem no mar e nas praias, onde vão parar depois de terem sido deitadas nas sanitas pelos consumidores.
Segundo dados da Sociedade de Conservação Marinha, as cotonetes são o detrito de plástico proveniente das águas residuais encontrado com maior frequência nas praias e nos rios do país.
Os cientistas reconhecem a importância do compromisso das três empresas, mas lembram os consumidores de uma mensagem simples: não devem deitar cotonetes na sanita. “É necessária uma mudança decisiva no comportamento dos consumidores para se garantir que as pessoas deitam o lixo fora de forma responsável e que só deitam papel higiénico na sanita”, declarou Clare Cavers da organização ambiental escocesa Fidra.
“Estes são compromissos fantásticos (…), mas gostaríamos de ver rótulos bem mais proeminentes com ‘não deitar na sanita’ nas hastes das cotonetes”, disse Emma Cunningham da Sociedade de Conservação Marinha. “Descobrimos mais de 23 hastes de plástico de cotonetes em cada 100 metros das praias que limpámos.”
Todos os anos, pelo menos 8 milhões de toneladas de plástico invadem os nossos oceanos. Com o passar do tempo, o plástico vai-se decompondo em pedaços minúsculos e, em algumas zonas, os cientistas descobriram mais partículas deste material do que plâncton. Se tudo continuar igual, estima-se que haverá mais plástico do que peixes no mar (por peso), até 2050.
O plástico é um perigo para os animais marinhos que o ingerem. As tartarugas, por exemplo, confundem os sacos de plástico com as alforrecas de que se alimentam. A ingestão de plástico pode-lhes causar problemas no aparelho digestivo, asfixia, infeções e perda de peso, sendo em muitos casos fatal. Não é só a fauna marinha a ser afetada por este problema: as pessoas que comem peixe e marisco também estão a ingerir plástico, avisam os cientistas.