China encerra 67 fábricas e lojas de marfim, as restantes fecharão até fim de 2017

China encerra 67 fábricas e lojas de marfim, as restantes fecharão até fim de 2017

9 de Abril, 2017 0

A China encerrou um terço das fábricas e lojas do país onde se vende e processa marfim. No total, foram 67 os estabelecimentos encerrados e os restantes serão fechados até ao final de 2017, altura em que entrará em vigor a proibição do comércio doméstico e da transformação de marfim anunciada em dezembro do ano passado.

Este é o primeiro passo concreto do país em direção a este compromisso e está a ser saudado pelos conservacionistas como uma medida importante para a proteção dos elefantes africanos.
“Estes encerramentos provam a seriedade da China em encerrar o comércio de marfim e ajudar o elefante africano”, disse Peter Knights, diretor executivo da organização WildAid.

Cerca de 30 mil elefantes são mortos, todos os anos, por caçadores furtivos – um ritmo que poderá levar o elefante africano à extinção em poucas gerações – e crê-se que o mercado chinês seja um dos principais impulsionadores da caça furtiva no continente africano. Cerca de 30% dos elefantes das savanas africanas morreram, principalmente às mãos de caçadores furtivos, entre 2007 e 2014.

Na China, o marfim é visto como um símbolo de estatuto social e a sua procura é movida pelo desejo de ostentar riqueza partilhado pelas classes média e alta em crescimento.

Contudo, segundo um novo estudo da organização Save the Elephants (STE), durante os últimos três anos, o preço do marfim no país sofreu uma queda de dois terços. No início de 2014, as presas de marfim custavam, em média, 2000€/kg. Em contrapartida, em fevereiro de 2017, este valor tinha caído para menos de 700€/kg.

Entretanto, algumas fábricas chinesas de transformação de marfim já estão a trocar este material por ossos de boi e presas de mamute.

“A proibição teve repercussões nos [preços], já que os comerciantes legais querem vender o seu marfim antes que passe a ser ilegal fazê-lo”, contou Lucy Vigne, investigadora da STE, à National Geographic. A investigadora atribui a queda dos preços a uma combinação de fatores, que incluem as medidas severas contra a corrupção, um abrandamento económico, as campanhas de sensibilização para o problema da caça ilegal e o compromisso do governo em pôr fim ao comércio.

“Os efeitos positivos da proibição já estão a acontecer”, disse Peter Knights. “As apreensões do marfim que entra na China caíram 80% em 2016 e, segundo os últimos números relatados, houve 67 elefantes vítimas de caça furtiva no Quénia, face a 390 [em 2013].”

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