ONU elege Arábia Saudita para Comissão dos Direitos das Mulheres
A Arábia Saudita foi eleita pela ONU para a Comissão dos Direitos das Mulheres, para o mandato de 2018 a 2022, tendo obtido 47 votos dos 54 países que participaram na eleição. Este organismo tem como objetivo promover a igualdade de género e os direitos das mulheres.
“Eleger a Arábia Saudita para proteger os direitos das mulheres é como escolher um incendiário para chefe dos bombeiros”, afirmou Hillel Neuer, diretor da UN Watch, que se referiu à Arábia Saudita como “o regime mais misógino do mundo”. “Este é um dia negro para os direitos das mulheres e para todos os direitos humanos”, disse.
“Hoje, as Nações Unidas enviaram a mensagem de que os direitos das mulheres podem ser vendidos por petrodólares e políticas”, afirmou.
As mulheres na Arábia Saudita “são obrigadas a ter um guardião masculino que toma todas as decisões fundamentais em seu nome, controlando a sua vida desde o nascimento até à morte”, continuou Neuer. Na Arábia Saudita as mulheres estão, por exemplo, proibidas de conduzir automóveis.
At least 5 EU states voted FOR the Saudis.
Belgium?
Czech?
Estonia?
Finland?
France?
Germany?
Greece?
Ireland?
Italy?
Portugal?
Sweden?
UK? pic.twitter.com/e4FPK1PgMB— Hillel Neuer (@HillelNeuer) 23 de abril de 2017
Segundo Hillel Neuer, pelo menos 5 países europeus votaram na Arábia Saudita, entre o Reino Unido, a Bélgica, a Suécia, a França, a Alemanha, a República Checa, a Estónia, Finlândia, Grécia, Irlanda, Itália e Portugal. A Arábia Saudita é o país para o qual o Reino Unido mais exporta armas, segundo o Independent.
Great! Because Saudi Arabia, the most backwards, repressive, misogynistic regime on the planet, knows EVERYTHING about women’s rights! https://t.co/fDdTfCsXEy
— Sarah Abdallah (@sahouraxo) 24 de abril de 2017
Legenda: “Fantástico! Porque a Arábia Saudita, o regime mais atrasado, repressivo, misógino no planeta, sabe TUDO sobre os direitos das mulheres!”
Recentemente, a Arábia Saudita entrou para o Conselho da ONU para os Direitos Humanos, que tem por objetivo o combate à discriminação e violência de género.