“Plasticídio”: Como uma escultura quer alertar para o problema do plástico no mar

“Plasticídio”: Como uma escultura quer alertar para o problema do plástico no mar

2 de Abril, 2017 0

Nas ruas de Londres, mais concretamente junto ao National Theatre, os transeuntes podem deparar-se com uma visão inesperada. Trata-se do novo trabalho do artista Jason deCaires Taylor, a escultura “Plasticídio”, que nos quer lembrar de um facto alarmante: até 2050, haverá plástico no aparelho digestivo de 99% das aves marinhas.

A escultura de cimento representa uma família a fazer um piquenique na praia, com um bando de gaivotas a vomitar plástico à sua volta. Se as crianças parecem um pouco abatidas com a situação, os adultos sorriem, de olhos fechados, alheios a ela. O plástico usado na escultura foi recolhido de uma praia na ilha de Lanzarote, em Espanha.

Foto: David Mirzoeff / Greenpeace

“A poluição de plástico é uma das maiores ameaças enfrentadas pelos nossos oceanos”, disse Luke Massey, da Greenpeace, que patrocinou o projeto. “Estima-se que 12 milhões de toneladas de plástico invadam os oceanos, todos os anos. Deste plástico, algum é constituído pelos microplásticos dos cosméticos e produtos de cuidado pessoal, mas a grande maioria são os denominados macroplásticos, detritos grandes como as garrafas, as embalagens e os sacos de plástico.”


Foto: David Mirzoeff / Greenpeace

Uma vez no mar, o plástico é ingerido por inúmeras espécies da fauna marinha – desde tartarugas e peixes, passando por aves marinhas e até mesmo pelo plâncton –, que o confundem com comida.

“Todo o plástico é produzido em terra e é aqui que precisamos de ver medidas concretas”, defende Luke Massey. ‘Plasticídio’ chama a atenção para a culpa que a humanidade tem pela poluição de plástico nos oceanos. Esperamos que as pessoas a vejam como um alerta de que, a não ser que ajamos com celeridade, o impacto na vida marinha poderá ser irreparável.”

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