Mark Zuckerberg: “Devíamos explorar ideias como a do rendimento básico universal”
No seu discurso de abertura durante a cerimónia de finalistas em Harvard, Mark Zuckerberg defendeu a necessidade de se explorar um sistema como o do rendimento básico universal, um rendimento regular pago a todos os cidadãos.
Segundo o fundador do Facebook, isto daria liberdade às pessoas para correrem riscos e experimentarem novas ideias, sabendo que, mesmo assim, as suas necessidades básicas estariam asseguradas.
“Deveríamos ter uma sociedade que avalia o progresso não só por métricas económicas como o PIB, mas também por quantos de nós têm um papel que consideram significativo.”
“Deveríamos explorar ideias como a do rendimento básico universal para assegurar que todos têm uma rede de segurança de forma a poderem experimentar ideias novas”, disse. “Conheço muitas pessoas que não seguiram os seus sonhos porque não tinham uma rede que os apanhasse se falhassem.”
Com estas declarações, Mark Zuckerberg junta-se a uma lista crescente de apoiantes do RBI, que vão desde o prémio Nobel da Economia de 2015, Angus Deaton, a empresários de Silicon Valley, como o presidente da incubadora de startups Y Combinator, Sam Altman, o cofundador do Facebook, Chris Hughes, e o CEO da Tesla, Elon Musk.
Para os apoiantes da ideia, o RBI seria a solução para vários problemas, entre os quais as mudanças causadas no mercado de trabalho pela automação. Um estudo de 2015 da Universidade de Oxford estimou que 47% dos empregos nos EUA estão “em risco” de serem automatizados nos próximos 10-20 anos. Esta previsão foi corroborada por um relatório de McKinsey, que sugeriu que 45% das atividades profissionais poderiam ser automatizadas utilizando as tecnologias de hoje em dia.
“À medida que a tecnologia continua a evoluir, precisamos de nos concentrar mais na formação contínua ao longo das nossas vidas”, disse o CEO do Facebook. “E, claro, dar a todos a liberdade de procurarem um propósito na vida não vai ser de graça. Pessoas como eu deveriam financiá-lo. Muitos de vocês vão ser bem-sucedidos e também deveriam fazê-lo”, acrescentou dirigindo-se aos finalistas de 2017 de Harvard.
O rendimento básico incondicional já está a ser testado em vários países, entre os quais o Quénia, a Holanda, o Canadá e os EUA.