35% dos animais escolhidos como símbolos nacionais estão em risco de extinção
O leão no Quénia, a águia-de-cabeça-branca nos Estados Unidos, o panda-gigante na China e a girafa na Tanzânia. Estes animais foram escolhidos oficialmente como símbolos nacionais destes países, representando os seus ideais.
Mas será que as suas populações estão a prosperar e que as sociedades estão a proteger as espécies que escolheram para as representar?
Neil Hammerschlag e Austin Gallagher, investigadores da Universidade de Miami, quiseram descobri-lo, avaliando o risco de extinção de todos os 189 símbolos nacionais do mundo.
Descobriram que 35% destes animais estão em risco de extinção e que 45% estão a sofrer declínios populacionais. As principais ameaças que enfrentam são o abate para consumo, o conflito com os seres humanos e a perda de habitat.
“Se as atuais tendências populacionais se mantiverem, mais de 50% dos símbolos nacionais poderão desaparecer no futuro”, disse Neil Hammerschlag.
Os investigadores também descobriram “com surpresa” que apenas 16% de todos os símbolos recebem algum tipo de proteção nos países que representam.
Infográfico: Tatum Nugent
Alguns dos animais estudados representam mais do que um país. É este o caso do leão, que é o símbolo de Marrocos, do Togo, da Gâmbia e da Serra Leoa, embora esteja extinto em todos estes países.
“Dada a potencial importância dos símbolos nacionais para a identidade nacional e pessoal, poderá ser relativamente fácil obter proteção e apoio público para estes animais, de tal forma que possam continuar a servir não só de símbolos nacionais, mas também de espécies-bandeira, apoiando indiretamente a conservação de outras espécies e dos seus habitats”, declarou Austin Gallagher.
“Os resultados do estudo levantam uma questão séria: se um país não é capaz de preservar ou proteger o seu próprio símbolo nacional, que esperança haverá para qualquer outra espécie desse país?”
No entanto, vários países, entre os quais os EUA e a China, conseguiram, graças aos seus esforços de conservação, que as populações dos seus símbolos ameaçados recuperassem.
“O facto de ter havido países que conseguiram trazer os seus animais nacionais da quase extinção através de esforços de conservação é uma lição importante e um excelente sinal de esperança para todas as nações”, disse Hammerschlag.
