Agricultura biológica: joaninhas e outros insetos auxiliares
Aprenda a combater as pragas do seu jardim ou horta sem recorrer a pesticidas e produtos químicos, utilizando uma abordagem natural e eficaz e em harmonia com o ambiente, que respeita o solo e as culturas.
Com os insetos auxiliares combate uma praga utilizando o seu predador natural impedindo ou limitando os seus ataques, por exemplo, utilizando a joaninha que se alimenta de pulgões.
Três soluções bio: joaninhas, crisopídeos e nemátodos
JOANINHAS
As joaninhas mais comuns na Europa são a Coccinella septempunctata (com 7 pintas) e a Adalia bipunctata (com duas pintas). Combatem os pulgões de várias espécies, chegando a comer cerca de 100 pulgões por dia.
A Adalia bipunctata combate os pulgões das plantas altas (mais de 1,50m), protegendo as árvores de fruto (como as cerejeiras, as macieiras, etc.), as árvores ornamentais (como os loureiros, lilases, etc.), sebes e os canteiros.
A Coccinella septempunctata combate os pulgões das plantas baixas (roseiras, loureiros de pequeno porte, plantas de varanda e legumes).
As joaninhas devem ser colocadas logo que apareçam os pulgões. Podem ser usadas em várias fases do seu desenvolvimento (ovos, larvas e adultas). O adulto eclode do seu casulo oito dias depois e viverá, em média, entre 3 meses a mais de um ano.
CRISOPÍDEOS
Crisopídeo adulto | Foto: Charles J. Sharp
O Crisopídeo (Chrysoperla carnea) combate os pulgões, tripes, aranhas vermelhas, cochonilhas farinosas, tripes, ácaros, psílios, lagartas da couve e as larvas de doríforas.
Protege as hortas, as plantas e arbustos ornamentais (loureiros, lilases…), árvores de fruto (cerejeiras, macieiras, etc.), sebes e canteiros.
O crisopídeo pode ser colocado na sua fase de ovo ou de larva. Devem ser colocados logo que as pragas apareçam. Enquanto larvas são extremamente vorazes. Desenvolvem-se durante 10 a 20 dias e depois tecem um casulo branco de onde eclodirá o adulto. O adulto é verde, mede entre 10 a 15 mm, possui asas transparentes e antenas compridas. Nesta fase, já só se alimenta de néctar e pólen.
Os crisopídeos são extremamente sensíveis aos produtos químicos, por isso não os utilize nas plantas a proteger.
NEMÁTODOS
Phasmarhabditis hermafrodita | Foto: Peter Andrus
Os nemátodos são vermes microscópicos que estão naturalmente presentes nos solos, mas raramente em quantidade suficiente para combater as pragas. A sua presença nas camadas superiores do solo combate os insetos que destroem os jardins ou as hortas (como as lesmas, formigas, besouros, lagartas brancas, lagartas-rosca, etc.).
Deslocam-se na terra à procura de um hóspede, depois penetram nele, parasitam-no e multiplicam-se no seu interior, levando à sua morte. Depois desta fase, partem em busca de novas presas.
Estes nemátodos não apresentam nenhum inconveniente para o homem ou para os animais domésticos.
- os Phasmarhabditis hermafrodita combatem as lesmas (nas plantas hortícolas, morangueiros, plantas em vaso, etc.);
- os Steinernema carpocapsae combatem a traça da maçã, da pera e da noz, o bicudo-das-palmeiras ou o escaravelho vermelho, os otiorhynchus (nos morangueiros, framboeseiros, vinhas, azáleas, rododendros, azevinhos, loureiros, roseiras, lilases, cíclames), as lagartas-rosca – larva da típula (na horta ou nos canteiros de flores) ou larva da nóctua (na alface, feijões, cenoura, aipo, tomate, pimento, beringela, couves, milho doce, etc.) e a traça do buxo comum;
- os Steinernema feltiae combatem as formigas (nas roseiras, relvados, hortas e plantas);
- os Steinernema kraussei ou Heterorhabditis sp combatem as lagartas brancas, a larva do otiorhynchus (nas camélias, rododendros, azáleas, plantas em vaso como os ciclames, as fúcsias, as prímulas ou coníferas e nos morangueiros) ou a larva do besouro (nos legumes com tubérculos ou com raízes substanciais: batata, cenoura, beterraba, nabo, etc., nas raízes dos arbustos, nas raízes das plantas vivazes e relvados);
- os Heterorhabditis sp. ou os Steinernema feltiae combatem as moscas sciaridae (nas plantas em vasos e nas floreiras);
- os Steinernema sp. combatem várias pragas que afetam as hortas como os ralos (nos rebentos e tubérculos), formigas, larvas, nóctuas, típulas, doríforas (nas culturas de batatas e de beringelas), a borboleta da sardinheira ou traça do gerânio (nas plantas dos géneros geranium e pelargonium – sardinheiras), entre outros parasitas.
O tratamento com recurso a nemátodos pode ser feito de forma preventiva ou logo que apareçam as pragas. Podem ser aplicados através de uma simples rega, pulverização ou de uma armadilha no solo.
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Fonte: Guia Prático PrestoBio