Como dois cachorros estão a ajudar a proteger jaguares e outras espécies ameaçadas
Tuzita e Soruya são dois cachorros com um papel importante. São “embaixadores” do projeto Casitas Azules da organização de conservação da vida selvagem IFAW. O que é que isto significa? Significa, entre outras coisas, que receberam, cada um, uma casota azul que os vai proteger da chuva e manter frescos no Verão.
O projeto ajuda na conservação de espécies ameaçadas, como os jaguares e as tartarugas marinhas, ao mesmo tempo que proporciona um abrigo aos cães dos agregados familiares de Playa del Carmen, no México, onde os cães e a vida selvagem têm dado sinais de interação e as condições em que os animais de companhia vivem precisam de ser melhoradas.
Os agregados familiares participantes recebem apoio na forma de esterilização, vacinação e, de um modo geral, melhores cuidados para os seus cães. Em troca, servem de “embaixadores” na sua comunidade, ajudando os seus vizinhos a melhorar a forma como cuidam dos seus animais.
Como é que isto ajuda os jaguares e as tartarugas marinhas?
Playa del Carmen é uma cidade em rápido crescimento e cada novo povoamento nos arredores representa uma ameaça para o habitat dos jaguares e das tartarugas marinhas.
Alguns cães vão à praia procurar ovos de tartaruga para comer e atacam as tartarugas adultas. Em outras zonas, os cães, deixados sem abrigo à noite, são vítimas de ataques de jaguares, o que resulta em conflitos entre as pessoas e os animais selvagens, uma vez que os donos tentam retaliar contra os jaguares.
Os estudos têm mostrado que os cães vão em busca de ovos de tartaruga por terem fome. Quando estes animais dispõem de melhores condições, costumam ficar em casa, em vez de procurar ovos.
Da mesma forma, os cães que têm um sítio para passar a noite e que foram esterilizados têm menos probabilidade de vaguear, o que os deixa mais protegidos contra os jaguares e desencoraja os grandes felinos de entrar nas comunidades humanas e dar origem a conflitos.
O projeto pretende distribuir 100 casotas azuis durante o primeiro ano. Ao melhorar a forma como os cães são tratados nestas comunidades desprivilegiadas, espera-se diminuir os impactos negativos que os animais de companhia têm nas espécies ameaçadas. O resultado é que os jaguares, as tartarugas, os cães e as pessoas ficam todos mais seguros e felizes.