Cidade do México proíbe espetáculos e exibição de golfinhos em cativeiro
A Assembleia Legislativa da Cidade do México aprovou uma série de reformas para proibir o uso de golfinhos em espetáculos públicos ou privados, assim como atividades nas quais estes animais estão envolvidos, como o treino, exibição, terapia, investigação científica e os programas para nadar com golfinhos.
O líder da bancada do Partido Verde Ecologista no órgão legislativo local, Xavier López Adame, assinalou que será concedido um prazo de três meses aos proprietários de golfinhos para que coloquem os animais em espaços adequados. As multas por incumprimento poderão ir desde os 113 mil pesos a mais de 300 mil pesos.
López Adame defendeu que os golfinhos em cativeiro são principalmente usados em espetáculos com fins lucrativos, que levam ao isolamento dos animais, à modificação do seu habitat, à interação forçosa com seres humanos e ao confinamento obrigado com outras espécies com as quais não convivem normalmente na natureza.
O legislador ressaltou a necessidade de se proibir a existência de parques aquáticos como o que existe dentro do parque de diversões Six Flags, o qual não conta com as licenças necessárias.
“Neste parque, especificamente, o proprietário dos cetáceos que realizam o espetáculo é o grupo Dolphin Discovery, o mesmo que explora aproximadamente 40% do mercado no México”, disse.
Os 10 piores parques aquáticos da América do Norte
López Adame sublinhou ainda o facto de o parque Six Flags México Dolphin Discovery ter sido catalogado na lista das 10 piores instituições que albergam golfinhos e baleias na América do Norte, elaborada, em parceria com cientistas e especialistas em cetáceos, pela organização In Defense of Animals (IDA). Nesta lista, que é liderada pela SeaWorld, também figuram o Miami Seaquarium, onde se encontra em cativeiro há mais de 40 anos a orca Lolita, e o Aquário de Vancouver, que tem sido alvo de pesadas críticas nos últimos meses.
O parque Six Flags, que ficou conhecido por ter albergado Keiko, a orca do filme “Libertem a Willy”, foi incluído na lista pela forma como trata os seus golfinhos, obrigando-os a “espetáculos ao nível do circo”, e por oferecer programas para os visitantes nadarem com os animais, nos quais os golfinhos são forçados a exibir comportamentos pouco naturais.
“Como noutros parques do Dolphin Discovery, os golfinhos são forçados a dar boleias, em que as pessoas se agarram e seguram às suas barbatanas dorsais e peitorais e a dar ‘beijos’, ‘abraços’ e ‘apertos de mão’”, declarou a IDA.
O cativeiro de golfinhos e baleias já foi proibido na Costa Rica, Hungria e Chile. Em França, a criação de golfinhos, baleias e botos em cativeiro foi proibida em maio de 2017.