República Checa proíbe quintas de produção de peles, salvando 20 000 animais por ano
A República Checa tornou-se o 14º país do mundo a proibir por completo as quintas de criação de animais para a utilização das suas peles. Esta medida poupará a vida de cerca de 20 000 raposas e martas por ano, que, de outra forma, passariam as suas vidas em jaulas de dimensões reduzidas e acabariam por ser abatidas com recurso a métodos como o gaseamento ou a eletrocussão.
O projeto de lei tinha sido aprovado, com 132 votos a favor e 9 contra, no parlamento e foi promulgado pelo presidente checo, Milos Zeman, em julho. A nova lei obriga as nove quintas de produção de peles existentes no país a fecharem as suas portas até ao dia 31 de janeiro de 2019.
“A decisão tomada na República Checa (…) salvará, todos os anos, dezenas de milhares de [animais] de vidas curtas e miseráveis em pequenas jaulas de arame e de mortes horríveis”, disse Joanna Swabe, da organização Humane Society International, que tem tido um papel muito ativo na luta contra a crueldade para com os animais na indústria de peles. “Esperamos ver outros países a seguir o exemplo da República Checa.”
Segundo uma sondagem realizada este ano, a nova lei conta com o apoio da maioria da população checa.
“Estamos radiantes com esta decisão. Acreditamos que é o resultado de um desenvolvimento de valores pela Europa, em que a sociedade se está a tornar mais consciente e atenciosa para com aqueles que não se podem defender”, declarou Lucie Moravcova, do grupo checo de defesa dos animais, Svoboda zvirat.
“A nossa sociedade chegou a um acordo de que os animais são seres sencientes, cujas vidas têm valor, e que este valor é mais importante do que os desejos frívolos da indústria da moda”, disse.
Com este passo, a República Checa juntou-se a uma lista crescente de países que já decretaram proibições totais ou parciais das quintas de produção de peles de animais, entre os quais o Japão, a Índia e a Croácia.
Foto: Otwarte Klatki