Floresta recuperada torna-se refúgio para espécies raras de animais e plantas em África
Ao longo dos últimos 20 anos, uma equipa de cientistas trabalhou arduamente na recuperação e proteção de pequenas áreas dispersas de uma floresta “delapidada”, no sul de Benim, em África, unindo-as a terras em pousio e terrenos agrícolas reflorestados, de modo a formar uma reserva florestal.
Com a ajuda de assistentes locais, os cientistas do Instituto Internacional de Agricultura Tropical e da Universidade de Abomey-Calavi desbastaram a vegetação exótica e introduziram 253 espécies, cujas sementes e plântulas tinham conseguido recolher dos últimos resquícios da floresta original.
Atualmente, a floresta rejuvenescida de Drabo é casa de cerca de 600 espécies de plantas e um santuário para muito animais, entre os quais a espécie de macaco endémica e criticamente em perigo de extinção “Cercopithecus Erythrogaster”.
A floresta alberga 52 espécies vegetais ameaçadas – na sua maioria árvores, arbustos e lianas –, mais do que as existentes em qualquer outra floresta de Benim.
A equipa de conservação na floresta recuperada de Drabo | Fotos: Peter Neuenschwander
Algumas destas espécies estão classificadas como “criticamente em perigo” e só podem ser encontradas nas últimas pequenas florestas de Benim, que embora cubram apenas 0,02% do território nacional, albergam 64% das espécies de plantas criticamente em perigo.
“A riqueza em biodiversidade das florestas reabilitadas de Drabo compete, atualmente, com a das restantes florestas tropicais naturais da região”, escreveram os autores do estudo publicado na revista científica Nature Conservation.
Graças à sua proximidade aos grandes centros urbanos, a floresta é de fácil acesso e os cientistas pretendem que sirva de centro educativo e de investigação.
Com esta iniciativa, a equipa de conservação demonstrou que, ao se envolverem as comunidades e tendo em conta os seus costumes, se podem proteger valiosos ecossistemas vulneráveis, mesmo os que estão localizados em zonas densamente povoadas.