222 espécies de aves estão agora “criticamente em perigo” de extinção
Segundo a atualização mais recente da Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da UICN, existem, atualmente, 222 espécies de aves classificadas como “criticamente em perigo”, o que as deixa a um passo da extinção. De facto, algumas destas espécies já poderão ter desaparecido: 21 não são avistadas há vários anos e estão classificadas como “criticamente em perigo, possivelmente extintas”.
A caminho da extinção está a escrevedeira-aureolada (Emberiza aureola), que sofreu um declínio populacional de 90% desde 1980. Uma das principais ameaças que esta escrevedeira enfrenta é a caça e venda como iguaria gastronómica no mercado negro da China – apesar de ser uma espécie protegida no país.
A Lista Vermelha, publicada pela Birdlife International, aponta diversas causas para o declínio das espécies, entre as quais a conversão de habitat natural em terrenos agrícolas, a introdução de espécies exóticas invasoras, a poluição, a urbanização e a sobrepesca – que afeta sobretudo as aves marinhas.
Para além das espécies classificadas como “criticamente em perigo”, 461 espécies de aves estão agora “em perigo” e 786 “vulneráveis”. No total, 13% das espécies de aves do mundo (ou uma em cada oito) encontram-se ameaçadas.
Com a nova atualização, as corujas-das-neves viram o seu estatuto alterado de “pouco preocupante” para “vulnerável” e o papagaio-da-Nova-Zelândia, também conhecido como “kea”, foi classificado como “em perigo”, devido à predação por espécies invasoras e ao facto de os turistas lhes continuarem a dar de comer alimentos pouco saudáveis, como pão e batatas fritas.
A gaivota-tridáctila (Rissa tridactyla), agora classificada como “vulnerável”, está a ter dificuldade em encontrar alimento durante a época de nidificação, o que reduziu “catastroficamente” a taxa de sobrevivência das suas crias.
A lista também traz boas notícias: dezenas de aves viram a sua situação melhorar, entre as quais duas espécies de kiwi, várias corujas e periquitos, entre outros. Destaca-se aqui o pelicano-crespo (Pelecanus crispus), a maior ave de água doce do mundo, que, graças a décadas de trabalho de proteção, passou de espécie “vulnerável” a “quase ameaçada”.
Foto: Periquito-de-barriga-laranja, uma espécie criticamente em perigo (Ron Knight)