Islândia quer banir a circuncisão neonatal
Um projeto de lei apresentado este mês (fevereiro) na Islândia quer proibir a circuncisão sempre que o procedimento não seja recomendado por um médico, por razões de saúde. A Islândia poderá tornar-se assim no primeiro país europeu a banir a circuncisão neonatal.
O documento que foi apresentado pelo Partido Progressista pretende proteger os direitos das crianças e defende que a circuncisão de crianças pequenas passe a ser punida com uma pena até seis anos.
“A circuncisão envolve intervenções permanentes no corpo da criança que podem causar dor severa”, pode ler-se na proposta. “Esta operação implica o risco de infeções e outros problemas. Embora os pais tenham o direito de guiar os seus filhos em matéria de religião, esse direito nunca pode exceder os direitos da criança“.
O texto compara a circuncisão à mutilação genital feminina (ilegal no país desde 2005).
Os defensores desta causa invocam a Convenção sobre os Direitos da Criança e defendem que a decisão deve ser tomada pelo próprio quando tiver maturidade para o fazer.
Segundo as estimativas da Organização Mundial de Saúde, todos os homens judeus e muçulmanos serão circuncidados, ou seja, cerca de 30% dos homens com mais de 15 anos no mundo. A prática é comum por razões religiosas e culturais.
Se a lei for aprovada numa primeira votação, descerá à fase de comissões.
Foto: REUTERS