Permacultura é uma revolução cujo problema é a solução

Permacultura é uma revolução cujo problema é a solução

23 de Maio, 2018 0

 

Um novo paradigma socioambiental necessário
para a sobrevivência da espécie humana

Permacultura é uma revolução cujo problema é a solução

Por Vinícius Puhl e Barbara Lazzari

“O problema é a solução” nos fala Bill Mollison, considerado o Pai da Permacultura. A enciclopédia livre Wikipédia nos traz uma boa definição de Permacultura: um sistema de princípios agrícola e social de design centrado em simular ou utilizar diretamente os padrões e características observados em ecossistemas naturais. A Permacultura nasceu fruto do trabalho acadêmico de David Holmgren, então um estudante de pós-graduação, e seu professor, Bill Mollison, em 1978.

Na Universidade de São Paulo, a USP, uma Universidade Pública brasileira das mais conceituadas do mundo, o pesquisador Djalma Nery Ferreira Neto segue essa trajetória. É o design ecológico, a engenharia ecológica, o design ambiental, a construção e bioconstrução, o gerenciamento integrado de recursos hídricos, a arquitetura sustentável, os sistemas de habitat e agricultura regenerativos e autossustentáveis a partir de ecossistemas naturais. Neste artigo ficam claros alguns desafios e paradigmas da humanidade que, através da Permacultura, podem ser enfrentados e superados.

Djalma Nery: “A humanidade vive um momento em que precisa obrigatoriamente de ‘mudar de rumos’, diante da interface física e a finitude material da sua existência“.

O pesquisador da USP Djalma Nery é um dos mais conceituados estudiosos e militantes da Permacultura no Brasil. Entre seus trabalhos estão dissertações que versam sobre o papel determinante da Permacultura, traçam mapeamentos dos grupos de Permacultura em atividade e revelam aspectos que podem e devem colocá-la como eixo central de um novo paradigma do atual momento planetário e civilizacional. Djalma Nery conheceu a Permacultura em Araraquara, em 2008, no curso de Ciências Sociais da UNESP. Por ser um curso bastante teórico, teve a oportunidade de participar de diversos debates literários que envolviam amplamente a temática da sustentabilidade. O contato direto com a Permacultura começou através de uma horta comunitária, criada por colegas universitários.

Djalma Nery

Djalma Nery

No mesmo ano em São Carlos – SP, sua cidade natal, seu pai também iniciava a implementação de uma horta caseira. Filho de pais ambientalistas, desde a infância foi incentivado a estar em contato com a natureza, entretanto ao longo do tempo percebeu a necessidade de ir mais longe. Sentia-se desconectado. Reconheceu que era muito ativo nos debates e nas manifestações teóricas, porém carecia da prática. A Permacultura surgiu como espaço de prática objetiva daquilo que buscava. Identificando seu espaço de atuação, observou que precisava ir além das discussões de sistemas alternativos, era necessário atuar diretamente no meio que pertencia. A partir dos seus estudos, entendeu que a Permacultura estava sendo debatida e aplicada em diversos lugares do mundo. Viajou em busca de conhecimento. Carona, hospedagem solidária e alimentação em troca de trabalho foi a realidade de Djalma durante quatro anos de estudos, dedicados exclusivamente à Permacultura.

Em uma breve entrevista, Djalma Nery destaca a Permacultura como necessária e sua compreensão de que ‘a necessidade é o motor da história’ e dá caminhos para a sua massificação e escala no Brasil e no mundo, baseadas nas mudanças profundas de paradigma que a sociedade vive e a ausência de opção alternativa. A humanidade vive um momento em que precisa obrigatoriamente de ‘mudar de rumos, diante da interface física e a finitude material da sua existência’.

Sociólogo e graduado em Ciências Sociais, o acadêmico de pós-graduação do programa de Ecologia Aplicada da USP é educador ambiental, social e popular, exercendo a docência na disciplina de ‘Sociologia e Permacultura’. É fundador da Veracidade – estação de permacultura urbana – entidade ambientalista que atua na região de São Carlos/SP, interior do Estado de São Paulo, Brasil. O pesquisador ressalta, entre outros comportamentos da sociedade moderna, o consumo exacerbado e o desperdício como fatores que colocam a civilização em risco e exigem a mudança de paradigma, para ‘a prática da cultura da permanência, ao invés das práticas da impermanência, insustentável e irreprodutiva, que tenham a sua história finita demarcada no tempo’. A Permacultura é uma resposta à altura que questiona a estrutura da organização humana e se coloca com viabilidade e potencialidade transformadora.

Como a Permacultura vai se tornar algo massificado, alcançar a escala necessária para romper paradigmas? Para Djalma Nery essa é a questão além da necessidade, por que impõe um planejamento estratégico que faça acontecer, com atuação simultânea envolvendo os Governos, as Empresas e a Sociedade Civil. O diálogo constrói a realidade e os Poderes e Setores podem e devem oferecer respostas a esse momento único e perturbador para todos.

Gansos

Gansos e patos auxiliam na agricultura | Foto: EwigLernender

A Permacultura precisa ser uma diretriz central dos Governos, ser prioridade enquanto política pública fundamental de Estado, regulamentada em Lei a ser cumprida, fiscalizada… Entre as iniciativas estão a geração de energia limpa, a bioconstrução regulamentada incentivada, as hortas comunitárias e urbanas, a reciclagem em escala, o desenvolvimento sustentável em evidência no setor governamental.

As empresas, também por força da regulamentação das políticas públicas, voltadas a um tipo de produção mais sustentável, renováveis ao invés de não renováveis, pressionadas pelo Mercado e pelo Estado. A constituição de ambientes de mercado estimulados e pressionados, que migram o paradigma produtivo e dão espaço para as mudanças. E, principalmente, a participação ativa e consciente da sociedade civil, organizada através de grupos, cooperativas e associações com responsabilidade, demandas e voz na construção do sentido de futuro, do paradigma sustentável da articulação de um novo ambiente social. Uma plataforma colaborativa, a partir de uma visão sistêmica e o diálogo persistente e permanente entre poder público, sociedade e iniciativa privada de maneira inseparável num ambiente saudável.

Djalma Nery defende a Permacultura enquanto alternativa que se consolide nos espaços empresariais, de decisão do poder público e da sociedade. A Permacultura é um viés para a mudança do atual paradigma de produção e consumo. A mudança é fundamental e é preciso ser parte dessa mudança. A sociedade percebeu a finitude do planeta, a partir de então cultiva-se nas pessoas a consciência da sustentabilidade, preservação e cria-se uma perspectiva de ciclos. Contudo, é preciso compreender as macroestruturas do sistema, para não cair no senso comum.

Analisamos um simples comparativo: 10% da água utilizada no Brasil é para fins domésticos, 75% pelo agronegócio e 20% pela indústria. Portanto, não basta economizar água em casa, é preciso repensar o modelo de produção. Compreender a diferença entre as micro e macro estruturas. É fundamental a criação de políticas públicas que mudem o modelo de consumo e produção.

 

Bill Mollison

Bill Mollison, considerado o pai da permacultura | Foto: Nicolás Boullosa

Anos 70 – Fundamentos da Permacultura

Aos fundadores australianos se deve a criação da denominação “Permacultura”, mas a criação da cultura da Permacultura se dá àqueles que a puseram em prática, baseados na soma do conhecimento de diversas vertentes que discorrem sobre o tema. Os dois autores reuniram fontes que culminaram na coesão e concisão do termo Permacultura.

O caminho para a construção de uma nova realidade passa por vários aspectos: ação individual, percepção do impacto que as nossas escolhas têm sobre a sociedade, a partir disso, mudança de hábitos. Articulação de mudanças locais, grupos que repensem a forma de consumo. Posteriormente, conectar os pequenos grupos. Uma ação isolada não muda as coisas substancialmente. Mudar é apontar para uma construção coletiva. Equilibrar e conectar esses três links. O pessoal, o local e o macro.

A Permacultura permite vislumbrar algumas de suas características conceituais na vivência prática. É possível viver, através das escolhas, ex.: banheiro seco em casa, fazendo compostagem, horta, água de chuva, etc… (Em referência à obra “Ilusão Concreta – Utopia Possível – Contraculturas espaciais e Permacultura. Tese de doutorado de Luiz Fernando de Mateus e Silva – USP/2013). É possível melhorar as condições de vida sobre a égide do capitalismo, a partir de orientações da Permacultura, principalmente no âmbito técnico. É possível pensar num futuro onde as pessoas tenham energia solar em casa, composteira, horta, e ainda, sim, viver num sistema capitalista, mas é impossível unir a ética (ou a falta dela) do sistema capitalista com a ética da Permacultura.

Ética da Permacultura

Djalma Nery ainda destaca o cuidado com as pessoas, o cuidado com a terra e a partilha justa dos excedentes. E denuncia que o capitalismo viola sistematicamente cada uma delas, cada pilar: ao explorar a mão-de-obra do trabalhador para construir a riqueza dos donos dos meios de produção, não pode cuidar das pessoas. Não pode cuidar da terra, pois é a fonte dos recursos e matéria-prima para produções em larga escala. Não convive com a partilha justa, pois se baseia na competição, disputa. ‘Permacultura e Capitalismo são incompatíveis’, segundo o pesquisador que destaca que mesmo assim é possível avançar, pois a imprensa colabora na formação da consciência das pessoas em relação à Permacultura. É um desafio fazer um contraponto, pensando nos objetivos escusos que os veículos de comunicação têm. É preciso fazer a permacultura ocupar os espaços de divulgação.

Desenvolvendo sistemas alimentares locais

O repórter norte-americano Nelson Harvey realizou uma interessante conversa com Adam Brock, cofundador da fazenda urbana e centro de educação da GrowHaus, um mentor da Corporação de Permacultura de Denver/EUA sobre questões de segurança alimentar na capital e cidade mais populosa do estado norte-americano do Colorado, sob a perspectiva da permacultura.

“Precisamos ensinar as pessoas a realmente trabalhar com essa terra, como produzir calorias de uma forma que mantenha ou melhore o solo e a água…”

Brock destaca ainda que a maioria das pessoas pensa primeiro na perspectiva da permacultura no âmbito da produção de alimentos e agricultura. Isso é certamente uma grande parte disso, mas na verdade é uma estrutura de solução de problemas, uma estrutura de design. E revela que a preocupação com políticas públicas e engajamento da sociedade civil com a Permacultura, através de investimentos sociais de longo prazo, passa por uma linha de pensamento em que não se enquadram as ‘métricas econômicas convencionais para expressar seu valor’. “Parece que esses investimentos fariam mais sentido se pudéssemos olhar para além do atual trimestre financeiro e colocar um prêmio maior em benefícios não-econômicos – como a resiliência que vem com a manufatura ou produção de alimentos”.

As conclusões alcançadas até ao momento, considerando os históricos da permacultura no mundo e os estudos de mapeamento de grupos no Brasil, especialmente detectam o perfil das pessoas que constrõem a Permacultura, em debates díspares e com vazão filosófica e política. A Permacultura não se constitui enquanto movimento social. Não existe espaço organizativo concreto. Não existe corpo coeso de trabalho. Não existe um manifesto que unifique e defina o que os permacultores reivindicam.

Atualmente, a maioria dos permacultores no Brasil são pessoas brancas, socioeconomicamente favorecidos, universitários que possuem uma preocupação com o meio ambiente. Geograficamente, estão localizados no Sul e Sudeste do país. Há uma ausência de participação nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste e, lamentavelmente, não é considerada uma ferramenta de construção de políticas públicas, mantendo um ‘status quo’, onde o Estado serve ao poder econômico e aos interesses privados, cujo bem-estar das pessoas, da sociedade, parecem estar à margem.

Espiral de ervas

Espiral de ervas | Foto: jongela19

Os 12 princípios de design da Permacultura articulados por David Holmgren em seu livro Permacultura Princípios e caminhos além da sustentabilidade:

  1. Observe e interaja.
    Alocando tempo para engajar-nos com a natureza, podemos desenhar soluções adequadas à nossa situação particular.
  2. Capte e armazene energia.
    Desenvolvendo sistemas que coletem recursos que estejam no pico de abundância, podemos utilizá-los quando houver necessidade.
  3. Obtenha rendimento.
    Assegure-se de que esteja obtendo recompensas verdadeiramente úteis como parte do trabalho que você está fazendo.
  4. Pratique auto-regulação e aceite retornos.
    Precisamos desencorajar atividades inapropriadas para garantir que os sistemas continuem funcionando bem.
  5. Utilize e valorize recursos e serviços renováveis.
    Faça o melhor uso da abundância da natureza para reduzir nosso comportamento consumista e nossa dependência de recursos não renováveis.
  6. Evite o desperdício.
    Valorizando e fazendo uso de todos os recursos que estão disponíveis para nós, nada será desperdiçado.
  7. Projete dos padrões aos detalhes.
    Dando um passo atrás, podemos observar padrões na natureza e na sociedade. Estes padrões podem formar a espinha dorsal de nossos projetos, com os detalhes sendo preenchidos conforme avançamos.
  8. Integrar ao invés de segregar.
    Colocando as coisas certas no local certo, fazemos com que as relações entre uma e outra se desenvolvam e elas passam a trabalhar juntas para ajudar uma à outra.
  9. Utilize soluções pequenas e lentas.
    Sistemas pequenos e lentos são mais fáceis de manter do que sistemas grandes, fazendo uso mais adequado de recursos locais e produzindo resultados mais sustentáveis.
  10. Utilize e valorize a diversidade.
    A diversidade reduz a vulnerabilidade a uma variedade de ameaças e tira vantagem da natureza única do ambiente na qual reside.
  11. Utilize bordas e valorize elementos marginais.
    A interface entre as coisas é onde os eventos mais interessantes ocorrem. É onde frequentemente estão os elementos mais valiosos, diversificados e produtivos de um sistema.
  12. Utilize e responda criativamente às mudanças.
    Podemos ter um impacto positivo nas mudanças inevitáveis se as observarmos com atenção e intervirmos no momento certo.

 

Permacultura e Empreendedorismo

Para o paisagista Márcio Modelski da Empresa Cantinho Verde Ecologia, que atua no interior do Estado do Rio Grande do Sul, no Brasil a Permacultura é um dos conceitos mais modernos para definir a sustentabilidade. ‘Sempre tive meu olhar voltado para o campo, para a natureza. Meu primeiro contato de estudos foi para o curso de Agronomia. Posteriormente, fui apresentado à beleza das plantas, flores e suas cores, através de minha esposa e a partir daí não parei mais e me encontrei, sendo o que mais gosto de fazer, tornando-me respeitador da natureza e criador de paisagens naturais’, destaca.

‘A minha missão é mostrar à população um elo de convivência entre o ser humano e a natureza em um mesmo ambiente. É preciso passar a informação de que as plantas nos dão conforto térmico, que os jardins curam e que existe uma conexão muito forte entre o humano e o natural’, revela o paisagista que é um entusiasta da Permacultura.

Márcio Modelski

Márcio Modelski

Educação

Já o Instituto ÇaraKura, sediado em Florianópolis, no Estado de Santa Catarina – uma ONG ambientalista que desenvolve projetos e ações ligados à educação e à pesquisa de tecnologias sustentáveis – organiza cursos, vivências e oficinas de Permacultura desde 2005, tendo por objetivo contribuir para a formação de novos padrões na relação homem/natureza. O Curso de Permacultura ÇaraKura, PDÇara, tem a peculiaridade de desenvolver sua metodologia baseada em atividades práticas, com ênfase nos diversos sistemas permaculturais desenvolvidos na propriedade já há cerca de 30 anos. Trabalha com base no zoneamento Permacultural, ou seja, divisão de áreas por aspectos que dizem respeito ao planejamento das energias internas do sistema.

A Revolução necessária

As mudanças em curso no Planeta são bastante profundas em sua perspectiva histórica, ocasionando um limite literal para a própria existência da humanidade. Esse limite é caracterizado por um momento extraordinário de potencial igualmente promissor ou perigoso. O advento das mudanças climáticas, a partir do fenômeno denominado aquecimento global, é um dos fatores que determinam novas relações e categorias para a existência do Ser Humano no planeta, mas não é o único e tão pouco o mais significativo. A raiz dos principais dilemas da humanidade está relacionada diretamente com o papel do indivíduo na sociedade e sua organização. A chamada 4ª Revolução Industrial, baseada em inovações tecnológicas significativas, como a inteligência artificial, robótica, nanotecnologia, biotecnologia e computação quântica é um dos aspectos deste novo e determinante momento da história da humanidade em que, em termos demográficos, alcançamos em outubro de 2017 mais de 7,6 bilhões de humanos vivendo no planeta Terra. A ONU, a Organização das Nações Unidas estima que a população global população humana chegará até 11,2 bilhões em 2100.

Uma superpopulação que se concentra em grandes centros urbanos em todos os continentes, mesmo nos mais vastos em território, com baixa demografia, o fenômeno da concentração de pessoas é real. Em linhas gerais, esses centros urbanos enfrentam diferentes e alarmantes níveis de problemas, sobretudo socioambientais. ‘Uma das matrizes da virtude da Permacultura é que incorpora a responsabilidade socioambiental numa estratégia de desenvolvimento e pode-se medir seus resultados’. Uma ‘pegada’ positiva para o desenvolvimento comunitário sustentável, entendendo a Comunidade em seu sentido literal, alinhado com seus objetivos econômicos, sociais e culturais.

A Permacultura coloca no centro o meio ambiente e sua relação a partir de um visão sistêmica, numa plataforma colaborativa que permite ao ser humano se realizar e ressignificar sua existência, contribuindo para sua sobrevivência. Oferece essa condição desde as pessoas simples até às grandes corporações. Aqueles que desenvolvem a Permacultura normalmente não criam expectativas irreais e anunciam seus resultados, seja em família, comunidade ou para o mundo, através da Internet, de suas páginas em redes sociais, como o Facebook. É comum encontrar postagens de pessoas que aderiram à Permacultura que nem sequer conhecem seus conceitos, mas a cultuam na prática de sua relação com a pequena horta, seu viveiro de plantas ou jardim de chás. O seu dia-a-dia sustentável é construído a partir dos conceitos da Permacultura e contribui significativamente para a qualidade de vida e a saúde, especialmente a saúde mental. Problemas psicossociais, stress, ansiedade e depressão podem ser superados através de hábitos saudáveis em que a Permacultura tem um papel sensacional.

Leia também:
Pai da Permacultura: “Soluções para os problemas mundiais são embaraçosamente simples”

 

Bárbara Lazzari

Bárbara Lazzari (27) é jornalista, gaúcha e Assessora de Comunicação da Secretaria de Cultura e Turismo de Cruz Alta no Estado brasileiro do Rio Grande do Sul.

Comentários
Siga-nos no Facebook, Instagram e Telegram!

Subscreva a nossa newsletter

[Newsletter Semanal]

Vinícius Puhl
Vinícius Puhl (44), Jornalista Profissional (Mtb 0002382/SC) é industrial e diretor da Technical Partner Brasil
Deixe um comentário