Óleo de palma: Indonésia impõe moratória de 3 anos a novas plantações

Óleo de palma: Indonésia impõe moratória de 3 anos a novas plantações

26 de Setembro, 2018 0

O presidente da Indonésia, Joko Widodo, assinou uma moratória que suspende a concessão de novas licenças para plantações de palmeiras-de-óleo durante três anos, e ordenou a revisão das plantações existentes.

A moratória tinha sido prometida pelo presidente há mais de dois anos, na sequência dos incêndios que devastaram o país em 2015.

“[Com esta medida] todos os governos centrais e provinciais, incluindo governadores, presidentes e chefes distritais, receberam ordem para reavaliar as licenças”, disse Prabianto Mukti Wibowo, vice-ministro do Ministério da Coordenação Económica, à agência de notícias The Associated Press.

Com cerca de 12 milhões de hectares de plantações para a exploração de óleo de palma, a Indonésia é o maior produtor do mundo deste óleo. Este ingrediente barato e versátil é usado numa enorme variedade de produtos do quotidiano, incluindo cosméticos, bolachas, batatas fritas, chocolate e detergentes.

A expansão da indústria de plantações tem impulsionado a destruição das florestas nativas e a apropriação de terras, deixando a Indonésia com uma das taxas de desflorestação mais elevadas do mundo.

No último meio século, mais de 74 milhões de hectares de floresta tropical indonésia – uma área com o dobro da superfície da Alemanha – foram desflorestados, queimados ou degradados, de acordo com a Greenpeace.

A indústria de óleo de palma é alvo de uma campanha global por parte de conservacionistas e grupos de defesa dos direitos humanos, que estão a pressionar as marcas a abandonar os produtores associados a violações dos direitos humanos ou à desflorestação.

A destruição da floresta tropical para a expansão de plantações de óleo de palma também está a colocar em risco espécies criticamente ameaçadas, como os orangotangos.

A maior organização ambientalista do país, o Fórum Indonésio para o Ambiente (Walhi), saudou a medida do governo, mas defendeu que a moratória deveria durar 25 anos, uma vez que “a recuperação ambiental demora muito tempo”.
Foto: Greenpeace

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