Partidos e petição pedem hoje o fim da caça à raposa. Lei até permite morte à paulada
O Bloco de Esquerda (BE), o PAN e o Partido Ecologista Os Verdes (PEV) apresentam hoje projetos de lei que proíbem a caça à raposa e ao saca-rabos e que pretendem excluir estas espécies da Lista de Espécies Cinegéticas.
Os projetos vão ser debatidos no plenário da Assembleia da República, juntamente com a petição “Pela abolição da caça à raposa em Portugal” que alcançou mais de 20 mil assinaturas. Esta petição foi entregue na Assembleia da República em maio de 2017 e considera a caça à raposa um “ato de pura violência“.
Em Portugal, as raposas podem ser caçadas, de outubro a janeiro, à paulada e com matilhas que podem ter até 50 cães.
A “corricão” é um método de caça em que uma matilha de cães vai atrás de uma única raposa, o que dá origem a uma luta muito violenta e desigual e que termina na morte agonizante deste animal.
Segundo a Associação SOS Animal, entre 2005 e 2015, foram caçadas 142 480 raposas, e em 2017, entre janeiro e fevereiro, em época de acasalamento, foram organizadas entre 15 a 20 batidas (caça com cães).
De acordo com o PAN, as associações de caçadores são a favor de se continuar a caçar a raposa, por esta ser concorrente na caça às lebres e coelhos.
O BE sublinha a “grande violência” dos métodos desta caça e os Verdes lembram que as raposas e os saca-rabos não têm interesse gastronómico nem são um perigo para a segurança, saúde pública ou ecossistemas.
Também hoje, se discute uma petição que solicita melhores leis para a proteção dos equídeos (como os cavalos) e o PAN vai apresentar um projeto de lei no mesmo sentido e um projeto de resolução que recomenda ao Governo que realize um levantamento sobre a utilização dos equídeos em veículos de tração animal e que crie regulamentação.
O PAN pretende alargar o tipo de registo do cavalo, para que possa ser considerado animal de companhia, e nomeadamente de assistência para as pessoas com deficiência.
Veja aqui um vídeo que retrata a dura e cruel realidade da caça à raposa em Portugal. ATENÇÃO: as imagens do vídeo podem ferir a sensibilidade de quem as vê.