Restaurantes de Austin, no Texas, já não podem deitar fora alimentos
A partir do dia 1 de outubro, os restaurantes da cidade de Austin, no estado norte-americano do Texas, deixaram de poder enviar os excedentes alimentares para os aterros.
Para além de poderem doar a comida a instituições de caridade, os restaurantes também têm a opção de enviar as sobras para quintas locais ou de as usar para compostagem, de acordo com a nova lei.
Os funcionários dos estabelecimentos também terão de receber formação sobre o manuseamento dos excedentes de comida.
“A cidade está empenhada em ajudar as empresas, grandes e pequenas, a encontrar soluções viáveis e a estabelecer programas para garantir que a comida e outros produtos orgânicos [por exemplo, as flores e os guardanapos usados nos restaurantes] são utilizados da melhor forma”, disse Sam Angoori, diretor interino da organização Austin Resource Recovery.
A nova medida de Austin faz parte da sua estratégia “Desperdício Zero 2040”, que tem como meta reduzir a quantidade de lixo enviado para os aterros em 90% até 2040. De acordo com um estudo realizado em 2015, cerca de 40% do que vai parar aos aterros de Austin são resíduos orgânicos compostáveis.
“Quando desperdiçamos comida, para além de acrescentarmos materiais orgânicos aos aterros (…), também desperdiçamos toda a água, terra, energia, dinheiro, trabalho e outros recursos usados na produção, processamento, distribuição e armazenamento dessa comida”, lembrou Darby Hoover, da organização Natural Resources Defense Council.
Mais de um terço de toda comida produzida no mundo é desperdiçado, todos os anos, ao mesmo tempo que 800 milhões de pessoas passam fome. “[O facto de existir] desperdício alimentar num planeta onde há fome é ultrajante”, defendeu Lasse Gustavsson, diretor executivo da organização Oceana na Europa.
São cada vez mais as cidades e os países a declararem guerra ao desperdício alimentar. São Francisco desvia cerca de 80% dos seus resíduos totais dos aterros. Em Seattle, todos os residentes, edifícios e empresas agroalimentares têm de se inscrever num serviço de recolha de restos alimentares.