Este Natal, diga não à purpurina, às fitas e às decorações de plástico
Antes de comprar enfeites de Natal de plástico ou decorados com purpurina, pense duas vezes, aconselham os cientistas. O glitter e até os fragmentos de plástico das fitas de Natal podem acabar no mar, onde se tornam uma ameaça para a vida marinha.
“A maioria das decorações, hoje em dia, parece ser feita de plástico e muitas estão cobertas de purpurina, que se solta dos enfeites bastante facilmente”, disse Olga Pantos, cientista do Instituto de Ciência e Investigação Ambiental da Nova Zelândia.
Os microplásticos – pequenas peças de plástico com menos de 5 mm de diâmetro, que incluem as micropartículas, as microfibras e os fragmentos deste material resultantes da degradação de objetos de maiores dimensões – são poluentes ambientais. A purpurina, ou glitter, também faz parte deste grupo.
“Os pequenos brilhinhos agarram-se às nossas mãos e ficam presos à roupa, acabando por ir pelo ralo ou [por ser levados pelo vento] até aos nossos sistemas hídricos”, declarou Karen Halley, do grupo ambientalista GreenUP. “É difícil pensar que os enfeites de Natal que compramos possam vir algum dia a afetar a fauna marinha, mas isso acontece mesmo.”
Os cientistas têm documentado a ingestão de microplásticos por parte de plâncton, corais, peixes, aves marinhas e outros organismos, o que pode ter consequências fatais para estes animais.
Olga Pantos explicou que um estudante de mestrado de Christchurch, na Nova Zelândia, tinha encontrado purpurina, fibras sintéticas e fragmentos de plástico nas águas residuais da cidade.
“Não acredito que tudo precise de estar coberto de purpurina; vivemos muito tempo sem ela e as coisas eram igualmente bonitas”, observou a cientista. “É preciso que haja mais sensibilização sobre tudo o que diz respeito aos plásticos e que se conheça o preço do ciclo de vida completo dos produtos que vamos comprar.”