Milão planeia plantar 3 milhões de árvores até 2030 para melhorar qualidade do ar
A cidade de Milão, na Itália, quer plantar três milhões de árvores até 2030 para melhorar a qualidade do ar e de vida dos seus habitantes.
As autoridades milanesas acreditam que o programa para aumentar a área arborizada da cidade reduzirá as concentrações de partículas atmosféricas PM10 e fará com que mais cinco milhões de toneladas de CO2 sejam absorvidas por ano – 80% do total produzido pela cidade.
Na opinião de Damiano Di Simine, coordenador científico do grupo ambientalista Legambiente, outro grande impacto será a redução das temperaturas. Na cidade italiana, a temperatura noturna pode ser 6°C mais elevada do que nos arredores.
Com um coberto arbóreo de apenas 7%, Milão encontra-se próximo dos valores de Paris (9%), mas muito abaixo dos de outras cidades europeias, como Frankfurt (21,5%) e Amesterdão (quase 21%).
O projeto que quer ver Milão mais verde inclui um plano para transformar uma antiga rede ferroviária para transporte de mercadorias num conjunto de sete parques. Também está prevista a plantação de vegetação nos telhados de vários edifícios e de árvores em 2300 pátios escolares.
A “Floresta Vertical” de Boeri | Foto: Fred Romero/Flickr
A cidade italiana inaugurou recentemente outros espaços verdes, dos quais se destaca a “Biblioteca de Árvores”, um projeto que inclui 450 árvores e 90 mil plantas, distribuídas por quase 10 hectares.
Este parque está localizado perto de um projeto do arquiteto Stefano Boeri, a “Floresta Vertical”, dois prédios com árvores e arbustos plantados nas inúmeras varandas que adornam os edifícios. A sombra fornecida pelas 800 árvores, 4500 arbustos e 15 mil plantas faz com que os moradores utilizem o ar condicionado com muito menos frequência.
“Acredito que a presença de vegetação e árvores tem um efeito muito importante na saúde e no estado psicológico, como tem sido provado”, disse o arquiteto.
Foto: Parque Sempione, em Milão (Dimitris Vetsikas)