Este cartão serve para reanimar abelhas exaustas e pode levá-lo na carteira: Bee Saviour
É provável que já se tenha deparado com uma abelha no chão, sem energia para voar, e que tenha desejado ter consigo o necessário para a ajudar.
Foi nisto que o britânico Dan Harris pensou quando inventou o “Bee Saviour Card”, um cartão com três pequenos compartimentos que contêm uma solução açucarada destinada a reanimar uma abelha exausta. Graças ao seu tamanho, o Bee Saviour pode ser guardado na carteira, bolsa ou porta-moedas, como qualquer cartão de crédito.
Depois de se remover o autocolante que tapa o pequeno compartimento, coloca-se o cartão perto do inseto para que este se alimente e recupere forças.
“A primeira vez que se descola o autocolante e se põe o cartão ao lado da abelha pensa-se: ‘O que vai acontecer?’ Quando o testei pela primeira vez, a abelha subiu calmamente para o cartão e começou a alimentar-se”, explicou o criador do Bee Saviour.
“Apercebi-me de que todas as pessoas que caminham pela cidade já terão passado por uma abelha exausta. Isso significa que também deixaram passar uma oportunidade de se conectarem com a natureza.”
Foto: Bee Saviour Behaviour
Dan Harris lançou uma campanha de crowdfunding para produzir o Bee Saviour, depois do sucesso do seu protótipo, que demorou quatro anos a ser aperfeiçoado e que contou com os conselhos do seu pai, cientista, e do seu tio, apicultor.
Os cartões custarão 4£ (menos de cinco euros) e serão recarregáveis. “O nosso desejo é que 100% deles sejam feitos de cartões velhos [de plástico] destinados ao aterro”, lê-se na campanha de crowdfunding. “O produto final é feito sem a utilização de plástico novo e, como é do tamanho de um cartão de crédito, nem se aperceberá que o leva consigo!”
“[Quando tive a ideia] estava a viver num apartamento sem um jardim e o lugar em que era mais provável deparar-me com uma abelha [exausta] era quando andava pela cidade e não tinha uma colher de xarope de açúcar à mão”, disse Dan Harris.
Foto: Bee Saviour Behaviour
O design do cartão é da autoria de Richard Horne, ilustrador e designer, que se ofereceu para fazer o trabalho de graça, depois de ter visto os seus filhos a utilizarem o protótipo para salvar uma abelha.
“Já tinha tentado reanimar abelhas com uma colher de açúcar e água e nunca funcionou”, contou. “Depois de recebermos o protótipo, eu e os meus filhos encontramos uma abelha em dificuldades e eles disseram: ‘Pai! Usa o cartão!’ Peguei no meu porta-moedas e o cartão funcionou na perfeição. Acho que é uma ideia genial.”
A organização de conservação Buglife avisa, contudo, que “as soluções açucaradas deveriam sempre ser utilizadas como último recurso para ajudar as abelhas” e recomenda que se coloquem os insetos exaustos em flores, para que eles se alimentem de néctar, o qual, ao contrário do açúcar, contém os nutrientes de que precisam.
O criador do Bee Saviour concorda que o néctar é “fundamental” para as abelhas, mas lembra que os cartões foram concebidos para serem utilizados nas zonas urbanas, onde os espaços verdes podem ser raros ou mudar frequentemente – onde ontem havia dentes-de-leão, hoje, depois de a relva ter sido cortada, poderá não haver nada.