Mexicanos criam jardins urbanos para atrair beija-flores e evitar a sua extinção

Mexicanos criam jardins urbanos para atrair beija-flores e evitar a sua extinção

3 de Março, 2020 0

beija-flor

Os jardins urbanos dedicados aos beija-flores vão-se multiplicando no México, havendo já mais de uma centena destes espaços no país, principalmente na capital.

Há 58 espécies de beija-flores no México. Das 13 espécies endémicas do país, metade está ameaçada e duas estão em perigo de extinção. Uma das principais ameaças que as pequenas aves enfrentam é o voraz crescimento das cidades, que destrói o seu habitat natural.

“Sempre que as cidades crescem, estamos a eliminar florestas, estamos a eliminar a vegetação que os beija-flores utilizavam para se alimentarem, para se reproduzirem”, explicou à Reuters a bióloga Claudia Rodríguez, que está envolvida no projeto “Jardins urbanos para colibris”, que já levou à criação de 149 jardins.

Segundo Claudia, o beija-flor é a ave polinizadora mais importante nas Américas, contribuindo para a conservação de um milhar de espécies de plantas.

“Quando os beija-flores começam a desaparecer, a diversidade das plantas diminui. A longo prazo, assiste-se a um empobrecimento dos ecossistemas.”

Em 2014, a professora María del Coro Arizmendi, colega de Claudia, criou um jardim com as plantas favoritas da ave na Faculdade de Estudos Superiores da Universidade Nacional Autónoma do México. Este jardim já atraiu diversas espécies de beija-flor, assim como outros polinizadores, incluindo abelhas e borboletas.

Desde então, mais de uma centena destes espaços “floresceram” no país, muitos sob o cuidado de cidadãos interessados e escolas.

“Estamos muito contentes porque [este trabalho] começou como um projeto académico, mas apercebemo-nos rapidamente de que as pessoas adoram os beija-flores”, contou Claudia Rodríguez.

“Às vezes, dizem-nos: ‘encontrei um colibri na rua, deitado, ou morto’. Muitas destas mortes ocorrem porque os beija-flores não têm comida. São aves que têm um metabolismo muito rápido e que necessitam de se alimentar constantemente.”

“Se cada edifício tivesse um jardim, faríamos um corredor gigante na cidade, onde os beija-flores encontrariam sempre alimento”, acrescentou.
Foto: Pat Gaines/Flickr

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