Quénia proíbe abate e exportação de burros para a China
O Quénia proibiu o abate comercial de burros e a exportação das suas peles.
A medida pretende evitar a “dizimação” da população dos animais e combater o surto de roubos que se está a verificar no país, impelido pela crescente procura da pele do animal na China, onde é utilizada na medicina tradicional.
O ministro da Agricultura, Peter Munya, explicou que os matadouros de burros têm um mês para acabar com a prática, e comentou que a legalização do comércio de carne e couro de burro em 2012 tinha sido um erro.
Cerca de 1000 burros são mortos todos os dias no Quénia, tendo como destino a China, onde a pele é usada para produzir uma gelatina castanha, conhecida como “ejiao”, utilizada na medicina tradicional e na cosmética. Um quilo de “ejiao” pode chegar a ser vendido por 388 dólares (cerca de 350€).
Muitos habitantes das zonas rurais estão a ser gravemente afetados pelo aumento do roubo de burros, dos quais dependem para o transporte de água, lenha e produtos agrícolas. Ao mesmo tempo, os preços dos animais, inflacionados pela procura de peles, colocam-nos fora do alcance dos pequenos agricultores.
A população de burros da China caiu de 11 milhões em 1990 para 3 milhões, levando o país a virar-se para a África para colmatar a procura de “ejiao”.
Vários países africanos já proibiram a exportação de peles de burro para a China, entre os quais o Uganda, Tanzânia, Botswana, Níger, Burkina Faso, Mali e o Senegal.