Cláudia Joaquim: “a natureza é a minha maior fonte de inspiração”
O UniPlanet falou com a artista Cláudia Joaquim que nos falou sobre o seu trabalho. |
UniPlanet (UP): O que te levou a começar a pintar?
O gosto pelo desenho e pela pintura faz parte de mim desde que me conheço. Mas houve uma familiar que me ajudou “aventurar-me” nestas lides, mostrando-me o material necessário para começar a pintar com tintas de óleo e inclusive fez comigo o meu primeiro quadro, explicando-me como fazer as misturas de cores e algumas técnicas básicas de luz/sombra.
UP: A Natureza é uma das tuas fontes de inspiração. O que mais gostas de pintar?
É verdade. A natureza é a minha maior fonte de inspiração. Talvez por ser nela que está o meu eu mais primordial.
O que mais gosto de pintar são paisagens, clareiras ou bosques, quase sempre acompanhados pelo elemento “água” – lagos, rios, albufeiras… rodeados de árvores e vegetação. Foi com essas imagens que cresci e é essa liberdade e sensação de gratidão e calma, que vem com a contemplação de uma paisagem, que gosto de pintar.
UP: Qual é a tua técnica preferida?
A minha técnica preferida continua a ser a de óleo, porque oferece possibilidades de reinvenção infinitas e, de certa forma, deixa o artista mais solto para fazer as alterações que lhe apetecer no tempo que lhe apetecer.
Nos últimos tempos tenho experimentado a aquarela e adoro o resultado, mas dada a natureza do papel, não há essa possibilidade de sobreposição de tintas e alterações ao desenho inicial.
Sem dúvida, e talvez também por me acompanhar há tanto tempo, a técnica de óleo ocupa o primeiro lugar no meu coração. 🙂
UP: Quando fizeste a tua primeira exposição?
Fiz a minha primeira exposição em 2004, no Museu de Arganil. Com muito apoio da minha mãe e da minha tia, de quem falei acima, que me ajudaram com toda a burocracia e logística, bem como a Sra. Lurdes Mendonça, na altura responsável pela Sala Guilherme Filipe, onde expus o quadros.
Tinha apenas 13 anos. O meu traço era ainda muito simples e até imperfeito, reconheço, mas tive muitos visitantes e comentários positivos de incentivo à continuidade, quer de amigos, familiares, colegas quer de meros turistas que por ali passaram. Vendi bastantes quadros, algo que hoje considero difícil de acontecer.
Foi uma estreia muito feliz e que recordarei sempre com muito carinho e alegria.
UP: Pintar é também uma terapia. Concordas?
Concordo a 101%. Eu costumo dizer que a pintura é a única coisa que me faz abstrair por completo. Sou capaz de ficar horas a pintar sem me lembrar de mais nada. Não é por acaso que a pintura é muitas vezes recomendada como uma atividade terapêutica.
E com o estilo de vida que a sociedade é obrigada a ter atualmente são mesmo fundamentais os momentos de pausa e abstração mental que a arte permite.
Por isso, até aproveito para dizer àquelas pessoas que gostavam de experimentar pintar e estão na fase da dúvida ou de adiar: – Não tenham medo. Experimentem! Correm o sério risco de descobrir uma coisa que vos poderá dar imenso prazer. 🙂
UP: Pintas todos os dias?
Não. A pintura não é a minha fonte de rendimento e continua a ser um hobby. Confesso que gostava de pintar com mais frequência. Contudo, pintar leva um determinado tempo, desde a busca de inspiração, à conceção da ideia, passá-la para o papel, pintá-la e chegar ao momento em que dizemos: “ok, acho que chegou o momento de parar”. Este processo pode demorar dias, semanas ou até um mês ou meses, dependendo do tamanho e complexidade do que se quer fazer.
E existem também momentos em que há tempo, mas não há disponibilidade mental. Os artistas também precisam de pausas para dar espaço a que os acessos de criatividade surjam naturalmente. Eu não gosto de pintar “por obrigação” digamos assim, ou sob pressão. Gosto de o fazer porque me surgiu uma ideia e tenho vontade de a pôr em prática para ver como fica.
UP: O que sentes quando acabas de pintar um quadro?
Bom… eu sou muito autocrítica. Quase sempre acho que podia ficar melhor ou que ainda podia alterar qualquer coisa. Por vezes até me é difícil perceber quando devo parar e dar o trabalho por terminado.
Mas, quando acho que consegui pôr no papel ou tela o que tinha idealizado, e que transmite o que eu queria que transmitisse, sinto um grande contentamento, gratidão, sensação de realização pessoal e vá, admito, um bocadinho de orgulho. eheheh
UP: Onde podemos encontrar mais informação sobre o teu trabalho e adquirir os teus quadros?
Neste momento a minha via de divulgação é a minha página de autor no Facebook. As pessoas podem contactar-me por aí e caso queiram adquirir algum quadro que vejam na página ou pedir-me um orçamento para um trabalho específico estão à vontade.
Tem sido por aí que tenho vendido várias aquarelas, a técnica que uso ultimamente, e já tive pedidos específicos para decorar determinado espaço, por exemplo.
Quero muito voltar a fazer uma exposição, mas para já ainda não tenho uma data.