Portugueses preferem alimentos mais sustentáveis (inquérito)
Um inquérito europeu divulgado, no dia 14 de outubro, revelou que 87% dos portugueses inquiridos acreditam que se deve consumir alimentos mais amigos do planeta; no entanto, 79% consideram que as opções sustentáveis são muito caras.
Das pessoas que responderam, 78% indicam que estas opções nem sempre são fáceis de identificar e encontrar nos supermercados, o que justifica que apenas 66% acreditem que sabem como comprar sustentável.
O inquérito foi realizado no âmbito do projeto Eat4Change, que foi apresentado no dia 14 de outubro, em antecipação do Dia Mundial da Alimentação celebrado no dia 16 de outubro, pela ANP|WWF.
Estas conclusões são também sentidas nos restantes países europeus onde o inquérito foi realizado: os cidadãos têm interesse em comer de forma mais sustentável, mas não têm conhecimentos sobre como comprar e consumir alimentos sustentáveis.
Os portugueses inquiridos mostram-se preocupados com os impactos ambientais causados pelos alimentos produzidos e consumidos em grande escala como a poluição (94%), a perda de biodiversidade (94%), a destruição de habitats (93%), o aquecimento global (94%) e as alterações na qualidade de lagos, rios e oceanos (94%).
Estas preocupações foram partilhadas a nível europeu, embora as médias de percentagens rondem entre os 77% e os 80%.
O estudo partilha que estes possuem pouco conhecimento sobre o impacto da produção alimentar em grande escala e hábitos de consumo na saúde do planeta, para além das dietas individuais.
Enquanto a nível europeu, 52% dos inquiridos considerarem que os alimentos que produzimos e consumimos têm um impacto negativo sobre o ambiente, esse número sobe para 65% em Portugal.
O Eat4Change tem como principal público-alvo jovens entre os 15 e 35 anos, pretende promover hábitos alimentares sustentáveis que contribuam de forma positiva não apenas para a saúde dos cidadãos, mas também para o planeta.
Estes hábitos passam por combater o desperdício alimentar e sobretudo por comer mais produtos de origem vegetal, alimentos certificados, diversificados e de origem local e sazonal, em detrimento de carne e alimentos processados.
“O nosso objetivo é que, daqui a cinco anos, os portugueses comam de forma diferente” para ter “uma melhor saúde mental e física”, bem como “uma melhor natureza”, afirmou a diretora executiva da ANP|WWF, Ângela Morgado.
O projeto procura também trabalhar em conjunto com empresas e autoridades para que sejam adotadas práticas de produção e consumo mais sustentáveis.
Financiada pelo programa da Comissão Europeia Development Education and Awareness Raising (DEAR), a iniciativa arrancou em maio 2020 e terminará em abril de 2024, sendo coordenada pela WWF Finlândia.
O Eat4Change está a ser implementado em conjunto com doze parceiros: ANP|WWF, AIESEC, WWF European Policy Office, Estonian Fund for Nature, Fundación Vida Silvestre Argentina e vários escritórios da WWF (Áustria, Bélgica, Brasil, França, Grécia, Reino Unido e Suécia).
O inquérito foi realizado entre fevereiro e março de 2021 na Áustria, Bélgica, Suécia, França, Grécia, Portugal, Finlândia, Estónia e Reino Unido. Responderam 11.439 pessoas e todos os países foram ponderados para serem igualmente representados no total europeu combinado.