222 milhões de litros de água para criar neve artificial nos Jogos Olímpicos de Pequim
A China investiu milhões em máquinas que produzem neve artificial, numa tentativa de transformar as áridas montanhas próximas de Pequim num centro de esqui e snowboard.
É a primeira vez que os atletas olímpicos competem quase inteiramente em neve artificial.
A organização dos jogos está a recorrer a mais de 100 geradores de neve e a mais de 300 canhões para distribuir a neve pelas zonas de competição. Neste processo foram usados 222 milhões de litros de água, o suficiente para encher 85 piscinas olímpicas.
Geralmente, são adicionados aditivos químicos ou biológicos para melhorar a qualidade e rendimento da neve artificial, retardando o seu derretimento. A água tratada quimicamente pode danificar a biodiversidade e a vegetação desta zona. O derretimento lento pode prejudicar o ciclo de crescimento das plantas.
É importante lembrar que Pequim sofre de escassez de água, tendo apenas 185 metros cúbicos de água per capita por ano para 21 milhões de habitantes, menos de um quinto do que é necessário de acordo com os parâmetros da ONU.
Nos Jogos Olímpicos de Inverno de 2014, em Sochi, a Rússia armazenou um ano antes mais de 700 mil metros cúbicos de neve para tentar colmatar a eventual falta de neve durante os jogos devido às previsões de altas temperaturas no período da competição. Em 2008, em Vancouver, o Canadá recorreu a helicópteros e camiões para transportar neve de zonas mais elevadas para as áreas de competição dos Jogos Olímpicos de Inverno.
O estudo “Slippery Slopes”, publicado no dia 7 de fevereiro alertou para a problemática da criação de neve artificial.