Ivan Russev, um cientista ucraniano, tem acompanhado os efeitos da guerra na fauna e na flora locais desde o início da guerra.

Todos os dias, inspeciona o território do Parque Nacional das Lagoas Tuzly, no litoral protegido de Bessarábia, na região de Odessa, controlado pelo exército, à procura de golfinhos encalhados na areia.

Os primeiros mamíferos começaram a aparecer em março.

Como há muitos chacais na área, a documentação destas mortes tem de ser rápida pois as carcaças dos golfinhos não duram mais do que uma noite.

“Começamos a comunicar com os nossos colegas turcos, búlgaros e romenos, e todos chegaram às mesmas conclusões: há um grande número de golfinhos mortos desde o início da guerra.”

Cerca de “5 mil golfinhos mortos de acordo com os dados recolhidos”, diz Russev, ou seja, quase 2% da população no Mar Negro.

A Fundação Turca para Pesquisa Marinha (TUDAV) já expressou preocupação em março sobre um “aumento incomum” nas mortes de golfinhos encontrados na costa do Mar Negro da Turquia.

Segundo os cientistas, os culpados são os poderosos sonares utilizados pelos navios de guerra e submarinos russos que circulam no Mar Negro, que perturbam o sistema acústico de ecolocalização dos golfinhos.

“Destrói a sua audição interna, eles ficam cegos, não conseguem orientar-se ou pescar”, afirma Russev. Enfraquecidos, os animais adoecem e morrem de infeções.

Foto: AFP