Investigadores italianos encontraram pela primeira vez microplásticos em leite materno. O estudo foi publicado na revista científica Polymers.

Não se sabe ainda qual o impacto destas partículas na saúde dos bebés.

O estudo italiano recolheu amostras de leite materno de 34 mães saudáveis em Roma, uma semana depois do parto. Durante a recolha não utilizaram plásticos. Foram detetados microplásticos em 26 das 34 amostras (cerca de 76%). Os microplásticos encontrados eram de polietileno, policloreto de vinilo e polipropileno que são encontrados em embalagens.

Valentina Notarstefano, da Universitá Politecnica delle Marche, aconselhou as mulheres grávidas a “prestarem mais atenção e a evitarem alimentos e bebidas embalados em plástico, os cosméticos e pastas de dentes com microplásticos e as roupas feitas de tecidos sintéticos.”

Segundo os cientistas, os microplásticos “contidos em alimentos, bebidas e produtos de higiene pessoal consumidos pelas mães lactantes podem ser transferidos para o filho, exercendo potencialmente um efeito tóxico”.

É então necessário “aumentar os esforços na investigação científica para se aprofundar o conhecimento do potencial comprometimento da saúde causado pela internalização e acumulação de microplásticos, especialmente em bebés”.

Esta equipa de investigadores italianos já tinha, em 2020, detetado microplásticos em placentas.

Os responsáveis pelo estudo sublinham que a amamentação continua a ser a melhor forma de alimentar um bebé recém-nascido.  “Estudos como este não devem reduzir a amamentação das crianças, mas sim sensibilizar o público para pressionar os políticos a promoverem leis que reduzam a poluição”, afirmou Valentina Notarstefano.

Uma investigação, de 2020, mostrou que os bebés amamentados com biberões consomem milhões de partículas de microplásticos por dia.