Só 6 em 35 marcas de roupa têm iniciativas de recolha para reciclagem
A associação ZERO realizou uma análise às lojas online de 35 grandes marcas de roupa, a qual revelou que apenas 6 marcas (17%) referiam ter iniciativas de recolha para reciclagem.
Segundo o Relatório Anual de Resíduos Urbanos, em 2021, foram recolhidas 176 400 toneladas de resíduos têxteis pelos sistemas de gestão de resíduos urbanos em Portugal.
Para a ZERO é urgente a aplicação de uma abordagem da responsabilidade alargada do produtor (RAP) ao setor dos têxteis, de forma a garantir que é quem coloca o produto no mercado que financia o sistema de encaminhamento e tratamento dos resíduos quando estes chegam ao fim da sua vida.
No entanto é fundamental que o foco seja na redução da produção, no incentivo a têxteis duráveis/reutilizáveis/reparáveis e na garantia que a sua produção é feita a pensar também na sua reciclagem em upcycling, ou seja, fibra reciclada que possa ser usada para fazer novos têxteis.
De acordo com a Diretiva Quadro de Resíduos, os Estados Membros da União Europeia (UE) são obrigados a ter a recolha seletiva de têxteis a 1 de janeiro de 2025. Para tal é necessário a aplicação da responsabilidade alargada do produtor, para que o enquadramento legal permita tornar o setor circular.
Como podemos também contribuir:
– Usar ao máximo o que temos
– Doar/vender/trocar
– Comprar peças com qualidade
– Preferir peças monomaterial (mínimo de mistura de fibras) e preferencialmente de origem renovável
– Exigir mais das marcas em termos da qualidade, do tipo de fibras usadas e da responsabilidade pela gestão dos produtos que colocam no mercado quando se transformam em resíduos.