RRRCICLO cria mantas e cabides com máscaras e resíduos têxteis
O Município de Guimarães vai distribuir um total de 5.000 cabides, 2.000 suportes de telemóvel, 140 mantas e 800 sacos, sendo estes feitos a partir de resíduos de máscaras cirúrgicas e de materiais têxteis pós-consumo. A iniciativa é da responsabilidade do Município de Guimarães e do Laboratório da Paisagem – o centro de investigação e educação ambiental, parceiro do Município – e surge integrada na estratégia de Economia Circular RRRCICLO.
A ação vai apoiar abrigos animais, diferentes associações de comerciantes locais, assim como instituições de ensino, em particular as escolas de Pevidém e Taipas, onde vão ser distribuídos 2.000 suportes de telemóvel. O objetivo é premiar os alunos que mais contribuíram para a separação seletiva de máscaras no projeto “Recolher e Valorizar”, que teve início em 2021.
Finalmente, serão ainda colocados quatro contentores para resíduos têxteis nas Escolas Secundárias, de forma a promover a recolha seletiva destes resíduos, possibilitando a sua valorização.
O Município de Guimarães tem também em curso, numa colaboração com o Laboratório da Paisagem, um projeto de mapeamento dos resíduos têxteis no concelho, que venha a servir de base para o início de um processo de recolha seletiva.
Guimarães dá o exemplo e recolhe mais de 25 mil máscaras cirúrgicas
Perante uma realidade imposta pela pandemia da Covid-19, o uso de máscaras descartáveis massificou-se, tornando-se um potencial perigo para o ambiente. Neste contexto, e no âmbito da Semana Europeia de Prevenção de Resíduos, surgiu, em 2021, um projeto em Guimarães cujo mote foi “Recolher e Valorizar”, traduzido numa campanha de sensibilização recolha e valorização das máscaras descartáveis.
Integrando vários parceiros, como a To Be-Green e o CVR – Centro para a Valorização de Resíduos e a Vitrus Ambiente, recolheram entre 25 e 28 mil máscaras descartáveis, que permitiram o desenvolvimento dos cabides e dos suportes de telemóvel que vão ser, agora, entregues pelo Município de Guimarães e pelo Laboratório da Paisagem.
Para a produção de cada um dos cabides (com um peso de 36 gramas cada), é incorporado polipropileno (PP) reciclado, sendo necessárias cinco a seis máscaras, o que representa cerca de 30% do peso do cabide. Os restantes 70% resultam de sacos de ráfia. Cada máscara cirúrgica de 3,5 gramas resulta em duas gramas de PP, já que o restante é arame e elástico. Já para os suportes de telemóvel, cujo peso é de 55 gramas cada, é incorporado PP reciclado de sete a oito máscaras, sendo o restante proveniente dos sacos de ráfia.
Relativamente aos resíduos têxteis, já foram processadas para reciclagem entre 20 e 25 toneladas de vestuário pós-consumo.
Foto: Laboratório da Paisagem