Muitas empresas têm agora nas suas embalagens etiquetas a dizer que os alimentos ou produtos são neutros em emissões de dióxido de carbono (CO2), ou seja, que a sua produção é neutra.

A Organização Europeia de Consumidores quer proibir estas etiquetas porque são estratégias de marketing enganosas, uma vez que na produção de alimentos ou produtos há sempre a libertação de gases poluentes.

“É greenwashing dizer que há um produto 100% neutro em CO2. É cientificamente impreciso e enganador para os consumidores“, disse Emma Calvert, da Organização Europeia de Consumidores, à euronews.

Num relatório, divulgado no dia 9 de março, a organização explica que as empresas justificam a etiqueta com o facto de fazerem compensações de dióxido de carbono (plantando árvores ou comprando créditos de carbono) e que estas promessas nem sempre são cumpridas.

“As empresas pagam por títulos de crédito de carbono, de forma a equilibrarem as emissões durante a produção. O problema é que estamos numa situação em que ‘se polui agora e se paga por isso mais tarde’. Assim, estão a emitir gases poluentes agora e fazem a promessa de pagarem por projetos de plantação de árvores no futuro”, conta Emma Calvert.

As compensações podem demorar anos até serem eficazes, não havendo nenhuma garantia. Incêndios ou outros eventos naturais podem levar ao desaparecimento destes projetos compensatórios de reflorestação.

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Foto: Pixabay