Açores: mineração em mar profundo proibida até 2050
O parlamento açoriano aprovou por unanimidade, no dia 20 de abril, uma moratória à extração de minerais em mar profundo até 1 de janeiro de 2050. A proposta foi apresentada em conjunto pelo BE e pelo PAN.
A mineração do mar profundo tem estado em discussão a nível mundial como uma forma para satisfazer as necessidades ligadas à transição verde e digital.
A proposta do BE e do PAN lembra que “cerca de 99% do Mar dos Açores é concebido como mar profundo, alcançando uma profundidade média de 3000 metros, visto, por isso, como um local privilegiado para a ocorrência de campos hidrotermais e de fontes hidrotermais – os habitats mais singulares da Terra, comunidades únicas, de enorme riqueza de ecossistemas e endemismos, um oásis de vida no Oceano profundo, onde, segundo algumas teorias, a própria Vida pode ter tido a sua origem. Esses locais possuem características biológicas, geológicas, químicas e hidrotermais particulares, variáveis de campo para campo hidrotermal, de grande interesse para a investigação científica, amplamente reconhecido pela comunidade científica mundial. A par da singularidade dos ecossistemas, o interesse externo pelas fontes hidrotermais recai na existência de matérias geológicas de interesse comercial. Diversas investigações demonstraram que as fontes hidrotermais libertam fluídos com quantidades massivas de sulfitos, ricos em metais, como cobre, chumbo, prata, zinco, ferro e ouro”.
A mineração em mar profundo é realizada para extrair minerais como o cobre, o cobalto, o níquel ou manganês. Os impactos desta atividade ainda não são conhecidos, havendo o receio que leve à destruição de ecossistemas marinhos.
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