Há trabalho escravo na agricultura em Portugal
De acordo com um artigo do Expresso, existem mais de 30 investigações policiais relacionadas com a imigração e tráfico de pessoas e a falta de pagamento aos imigrantes pelo trabalho realizado nas estufas em Odemira.
Notícias recentes têm também dado a conhecer as condições dos alojamentos temporários e precários onde ficam a morar estes imigrantes.
Segundo o Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) de 2022, Portugal está a ser usado como plataforma de auxílio à imigração ilegal. Este fenómeno é levado a cabo por “grupos criminosos organizados que, a troco de avultadas quantias monetárias, se disponibilizam a facilitar tanto o transporte destes cidadãos para o território nacional como a documentação necessária para o efeito”.
O tráfico de pessoas em Portugal, que tem vindo a aumentar, está muito ligado ao trabalho agrícola sazonal no Alentejo e Oeste para trabalho em campanhas sazonais, como as da apanha da azeitona, castanha, frutos ou produtos hortícolas.
As pessoas são levadas para “os locais das explorações agrícolas onde passam a trabalhar e a residir, passando a depender totalmente da ‘vontade’ dos empregadores”. Estas pessoas “possuem escassos recursos económicos e, devido a vários fatores, encontram-se em estado de vulnerabilidade e são colocados a trabalhar, geralmente, em locais situados no interior alentejano ou na zona oeste do país, com difíceis condições de acesso, dificultando a fiscalização”.
Os imigrantes vêm sobretudo de países como Marrocos, Argélia, Senegal, Nepal, Índia, Paquistão, Brasil e Roménia.
Foto: Pixabay