537 Provérbios sobre a Agricultura
- Janeiro, gear; fevereiro, chover; março, encanar; abril, espigar; maio, engrandecer; junho, a ceifar; julho, debulhar; agosto, engavelar; setembro, vindimar; outubro, revolver; novembro, semear; dezembro, nasceu Deus para nos salvar.
- Janeiro, gear; fevereiro, chover; março, encanar; agosto, recolher; setembro, vindimar.
Janeiro
- Para o minguante de janeiro, guarda o melhor madeiro.
- Em minguante de janeiro, corta teu madeiro.
- A nódoa de janeiro não sai durante o ano inteiro.
- Água de janeiro traz azeite ao olival, vinho ao lagar e palha ao palheiro.
- Da flor de janeiro, ninguém enche o celeiro.
- Dia de São Sebastião, laranja na mão.
- Em janeiro, põe-te no outeiro, se vires verdear põe-te a chorar, se vires torrear põe-te a cantar.
- Em janeiro, sobe o outeiro, se vires gear põe-te a cantar, se vires verdejar põe-te a chorar.
- Janeiro e fevereiro enchem ou vazam o celeiro.
- Janeiro geadeiro, nem boa meda nem bom palheiro.
- Janeiro greleiro não enche o celeiro.
- Janeiro mijão não dá palha nem pão.
- Janeiro molhado, se não cria pão, cria gado.
- Janeiro molhado, se não é bom para o pão, não é mau para o gado.
- Quem apanha a azeitona antes do Santo André fica-lhe o azeite no pé e, antes de janeiro, fica-lhe o azeite no madeiro.
- Quem azeite colhe antes de janeiro, azeite deixa no madeiro.
- Se queres ser bom ervilheiro, semeia no crescente de janeiro.
- Trigo de janeiro engorda o carneiro.
- Trovoada em janeiro, nem bom prado, nem bom palheiro.
- O que janeiro deixa nado, maio deixa espigado.
Fevereiro
- Barra roxa em sol nascente, água em três dias não mente.
- Se quiseres alho cabeçudo planta pelo Entrudo.
- Quem quiser o alho cabeçudo sache-o pelo Entrudo.
- A castanha e o besugo, em fevereiro não têm sumo.
- Castanha e vesugo em fevereiro não têm sumo.
- Aveia de fevereiro enche o celeiro.
- Chuva de fevereiro vale por estrume.
- Chuva de fevereiro vale um estrumeiro.
- Em fevereiro chuva, em agosto uva.
- Em fevereiro sobe ao outeiro, se vires verdejar, põe-te a chorar; se vires a terrear, põe-te a cantar.
- Em fevereiro, ergue-te centeio.
- Em fevereiro, mete obreiro.
- Fevereiro enxuto rói mais pão, do que quantos ratos há no mundo.
- Não chovendo em fevereiro, não há bom prado nem bom colmeiro.
- Neve de fevereiro presságio de mau celeiro.
- Neve que em fevereiro cai das serras, poupa um carro de estrume às vossas terras.
- Quando não chove em fevereiro, não há bom prado nem bom palheiro.
- Quando não chove em fevereiro, nem bom centeio nem bom lameiro.
- Quando não chove em fevereiro, nem bom pão nem bom lameiro.
- Quando não chove em fevereiro, nem bom prado, nem bom centeio.
Março
- Nasce a erva em março, ainda que lhe deem com o maço.
- Cavas em março e a renda pelo S. João, todos o sabem, mas poucos a dão.
- Em março, as noites com os dias, e os centeios com os matos.
- Em março, espetam-se as rocas e sacham-se as hortas.
- Em março, ouga a erva com o sargaço.
- Em março, ouga a noite com o dia, e o pão com o sargaço.
- Março chuvento ano lagarento.
- Março chuvoso, São João farinhoso.
- Nasce erva em março, ainda que lhe deem com um maço.
- Poda em março, vindima no regaço.
- Podar em março é ser madraço.
- Quem não podar até março, vindima no regaço.
- Secura de março, ano de vinho.
- Trovoada em março, semeia de alto a baixo.
- Vento de março e chuva de abril fazem o maio florir.
- Vento de março e chuva de abril, vinho a florir.
Abril
- Abril molhado, ano abastado.
- Águas de abril são molhos de milho.
- Em abril, águas mil.
- A água que no verão há de regar, em abril há de ficar.
- A aveia até abril está a dormir.
- A chuvinha da Ascensão todo o ano dará pão.
- Água na Ascensão, das palhas faz grão.
- Chuva da Ascensão dá palhinha e dá pão
- Chuvas na Ascensão das palhinhas fazem pão.
- Quando chove na Ascensão até as pedrinhas dão pão.
- Abril frio, traz pão e vinho.
- Abril, frio e molhado, enche o celeiro e farta o gado.
- Abril, quantas falopas de neve deitou, quantos grãos de pão criou.
- Águas de abril são mios de milho.
- Águas de abril são moios de milho.
- Águas de abril são molhos de milho.
- Antes a estopa de abril que o linho de março.
- De grão te sei contar que em abril não há de estar nascido.
- Do grão te sei contar que em abril não há de estar nada por semear.
- Do grão te sei contar que em abril não há de estar nado nem por semear.
- Do pão te hei de contar, que em abril não há de estar nascido nem por semear.
- Em abril lavras as altas, mesmo com água pelo machil.
- Em abril sacha e semeia que o céu te abençoa e te remedeia.
- Em abril, a natureza ri.
- Em abril, espigar.
- Em abril, pelos favais vereis o mais.
- Entre abril e maio, moenda para todo o ano.
- Invernia em janeiro e seca em abril, deixa o lavrador a pedir.
- Luar de abril come os renovos aos mil.
- O grão de abril, nem por semear nem nascido.
- Quem em abril não varre a eira e em maio não sacha a leira, anda todo o ano em canseira.
- Se não chove em abril, perde o lavrador o carro e o carril.
- Trigo em abril não deve ser nado, mas já semeado.
- Vinha que rebenta em abril dá pouco vinho para o barril.
- Vinho que rebenta em abril não rebenta barril.
Maio
- Quando maio chegar, quem não arou há de arar.
- Favas, o maio as dá, o maio as leva.
- A boa cepa, maio a deita.
- A erva, maio a dá, maio a leva.
- Água de maio, pão para todo o ano.
- Em maio gradai-o.
- Em maio verás a água com que regarás.
- Em maio, as cerejas uma a uma leva o gaio; em junho, a cesta e a punho.
- Em maio, iguala o pão com o mato, e a noite com o dia, o Manel com a Maria.
- Jeira de maio, vale os bois e o carro, e a de julho os bois e o jugo.
- Lama de maio e estrumação de S. João parecem bem, mas não dão pão.
- Maio as faz, maio as desfaz.
- Maio às pedradas deita por terra as searas.
- Maio chuvoso ou pardo faz o pão vistoso e grado.
- Maio couveiro não é vinhateiro.
- Maio coveiro não é vinhateiro.
- Maio engrandecer, junho ceifar, Julho debulhar.
- Maio faz o pão, e agosto o milhão.
- Maio frio e junho quente: bom pão, vinho valente.
- Maio frio, junho quente, torna o lavrador valente.
- Maio hortelão, muita chuva e pouco pão.
- Maio hortelão, muita palha e pouco pão.
- Maio jardineiro enche o celeiro.
- Maio pardo faz o grão grado.
- Maio pardo faz o pão grado.
- Maio pardo, ano farto.
- Maio pardo, enche o saco.
- Maio pardo, junho claro fazem o lavrador honrado.
- Maio pedrado destrói os pastos e não farta o gado.
- Maio serôdio ou temporão, espiga no grão.
- Mês de maio, mês das flores; mês de Maria, mês dos amores.
- Pelo São Matias, começam as enxertias.
- Quando em maio não troa, não é ano de broa.
- Quando maio chegar, quem não arou há de chorar.
- Quando maio chegar, quem não arou tem que arar.
- Quando o maio acha nado tudo deixa espigado.
- Quem em maio relva, não tem pão nem erva.
- Se não chover em maio e abril vende o lavrador os bois e o carril.
- Vinho que nasce em maio é para o gaio; o que nasce em abril vai para o funil; e o que nasce em março fica no regaço.
Junho
- Árvores e amores, enquanto não tiverem raízes terão folhas e flores.
- A chuva de São João tolhe a vinha e não dá pão.
- Água de São João talha o vinho e não dá pão.
- Águas de São João tiram vinho, azeite e não dão pão.
- Chuva de São João tira a uva e não dá pão.
- Lavra pelo São João e terás palha e pão.
- Chuva de São João tira o vinho e o azeite e não dá pão.
- A cortiça em junho sai a punho, em agosto a mascoto.
- Até ao São Pedro tem o vinho medo.
- Dia de S. Barnabé, seca-lhe a palha pelo pé.
- Dia de Santo António vêm dormir as castanhas ao castanheiro.
- Em dia de S. Pedro vai à tua Oliveira e, se vires um grão, espera um cento.
- Em junho foice em punho.
- Feno alto ou baixo, em junho é cegado.
- Feno alto ou baixo, em junho é sagrado.
- Junho floreiro paraíso verdadeiro.
- Junho, a ceifar.
- Nevoeiro de São Pedro põe em julho o vinho a medo.
- Nevoeiro de São Pedro põe em junho o vinho a medo.
- No dia de São Pedro, vai ver o teu olivedo, e se vires um bago, conta um cento.
- Nevoeiro no São João estraga o vinho e não dá pão.
- No mês de São João, para estar bem há de cobrir o milho o rabo do cão.
- No São João, semeia de gabão.
- O milho pelo São João deve cobrir um cão.
- O São Pedro tapa o rego.
- Pelo São João lavra se queres ter pão.
- Pelo São João, ceifa o pão.
- Pelo São João, figo na mão.
- Se quiseres vinho e pão, lavra pelo São João.
Julho
- Pelo Santiago pinta o bago e cada pinga vale um cruzado.
- Dia de S. Tiago, vai à vinha e acharás bago.
- Dia de S. Tiago, vai à vinha e apanha o bago.
- No dia de São Tiago, vai à vinha e prova o bago.
- Em São Tiago, tinta o bago.
- Dia de São Tiago, pinta o bago.
- Em julho, ceifa o trigo e o debulha, e setembro separando o vai limpando.
- Em julho, ceifo o trigo e o debulho, e em o vento soprando, o vou limpando.
- Em julho, reina o gorgulho.
- Julho é o mês das colheitas, agosto o das festas.
- Julho, debulhar.
- Malha pelo S. Tiago é de agrado, mas a de agosto já não dá gosto.
- Não há maior amigo, que julho com o seu trigo.
- O castanheiro quer em julho ferver e em agosto beber.
- Pela Santa Marinha vai ver a tua vinha, assim como a achares será a vindima.
- Pelo S. Tiago na vinha acharás bago; se não for maduro será inchado.
- Pelo S. Tiago na vinha acharás bago; se não for maduro será pintado.
- Pelo Santiago, cada pinga vale um cruzado.
- Pelo São Tiago cada gota de água vale um cruzado.
- Por Santa Ana, limpa a pragana.
- Por todo o mês de julho o celeiro atulho.
Agosto
- Quem em agosto ara, riqueza prepara.
- A quem não tem pão semeado, de agosto se faz maio.
- Água de agosto, açafrão, mel e mosto.
- Cava e esterco em agosto, lavrador alegra o rosto.
- Cava em agosto, enche o tonel de mosto.
- Chuva de agosto apressa o mosto.
- Chuva fina por Santo Agostinho é como se chovesse vinho.
- Dia de São Lourenço, vai à vinha e enche o lenço.
- Em agosto deve o milho ferver no caroço e a castanha no ouriço.
- Em agosto deve o milho ferver no carolo.
- Em agosto ferve o milho na espiga.
- Em agosto, nem vinho nem mosto.
- Em agosto, palhas ao palheiro, meninas ao candeeiro.
- Em agosto, sardinhas e mosto.
- Em agosto, toda a fruta tem seu gosto.
- Em agosto, vale mais vinagre que mosto.
- Não é bom o mosto colhido em agosto.
- Os nabos querem ver o luar de agosto.
- Pelo S. Bernardo seca-se a palha pelo pé.
- Quando chove em agosto chove mel e mosto.
- Quando chover em agosto, não compres mosto.
- Quem cava a vinha em agosto, enche a cuba de mosto.
- Quem debulha em agosto, debulha com mau gosto.
- Quem em agosto ara, riqueza prepara.
- Quem malha em agosto malha com desgosto.
- Se não debulhas em agosto, terás sempre desgosto.
Setembro
- Em setembro planta, colhe e cava, que é mês para tudo.
- Agosto amadurece, setembro vindima-se.
- Dia de São Mateus começam as enxertias.
- Dia de São Mateus vindimam os sisudos e semeiam os sandeus.
- Em setembro planta, colhe, cava e ri, que os santos e São Miguel velam por ti.
- Em setembro, palha no palheiro e meninas ao candeeiro.
- Em setembro, ramo curto, vindima longa.
- Em setembro, São Miguel soalheiro enche o celeiro.
- No pó semeia, que setembro to pagará.
- Para boas colheitas, pede bom tempo a Deus pelas têmporas de São Mateus.
- Para vindimar, deixa setembro acabar.
- Pelo São Mateus pega no arado e lavra com Deus.
- Pelo São Mateus pega nos bois e lavra com Deus.
- Por São Vicente alça a mão da semente.
- Por Santa Ireia, pega nos bois e semeia.
- Quem planta no S. Miguel, vai à horta quando quer.
- Setembro a comer e a colher.
- Setembro molhado, figo estragado.
- Setembro que enche celeiro dá triunfo ao rendeiro.
- Setembro, vindimar.
Outubro
- Em outubro sê prudente: guarda pão; guarda semente.
- Com a vinha em outubro, come a cabra, engorda o boi e ganha o dono.
- Dia de S. Francisco, semeia o teu linho mourisco.
- Por São Francisco, semeia o teu trigo, e a velha que o dizia, já semeado o tinha.
- Em outubro não fies lã; recolhe o teu milho e o teu feijão, senão de Inverno tens a tua barriga em vão.
- Em outubro sê prudente, guarda pão, guarda semente.
- Em outubro, centeio ruivo
- Em outubro, pelo S. Simão, favas no chão.
- No S. Simão, fava na mão.
- Outubro chuvoso torna o lavrador virtuoso.
- Outubro lavrar, novembro semear, dezembro nascer.
- Outubro meio chuvoso, torna o lavrador venturoso.
- Outubro pega tudo.
- Outubro recolhe tudo.
- Outubro rega tudo.
- Outubro sisudo recolhe tudo.
- Por São Lucas mata teus porcos e tapa tuas cubas.
- Por São Lucas, sabem as uvas.
- Por São Simão e São Judas, colhidas são as uvas.
- Quando outubro for erveiro, guarda para março o palheiro.
- Se em outubro demorares a terra a lavrar, pouco hás de enceleirar.
- Vindima em outubro, que São Martinho to dirá.
Novembro
- Em novembro põe tudo a secar; pode o sol tão cedo não voltar.
- Aí por São Clemente, lança mão de semente.
- Por São Clemente, alça a mão da semente.
- Cava fundo em novembro, para plantares em Janeiro.
- Em dia de S. Martinho semeia os teus alhos e prova o teu vinho.
- Aí por São Martinho, vai ver a tua vinha, tal a acharás, tal será a vindima.
- No dia de São Martinho, vai à adega e prova o vinho.
- Em novembro, prova o vinho e planta o cebolinho.
- Novembro à porta, geada na horta.
- Novembro, pelo S. Martinho, semeia o teu cebolinho.
- Novembro, semeia fava e linho.
- Pelo São Martinho abatoca o teu vinho.
- Pelo São Martinho mata o teu porquinho e semeia o teu cebolinho.
- Pelo São Martinho todo o mosto é bom vinho.
- Pelos Santos, favas por todos os cantos.
- Por S. Martinho nem favas nem vinho.
- Por São Martinho, semeia favas e linho.
- Por São Martinho, semeia o teu trigo, e a velha que o dizia, semeado tinha.
- Quem em novembro cava, o tempo estraga.
- Se queres pasmar teu vizinho, lavra, sacha e esterca pelo São Martinho.
Dezembro
- Em dezembro festejar, para em janeiro trabalhar.
- No Natal, tem o alho bico de pardal.
- Pelo Natal tem o alho ponta de pardal.
- Pelo Natal bico de pardal (alho).
- De Santos ao Natal, é bom chover e melhor nevar.
- Em dezembro, chuva; em agosto, uva.
- Em dia de São Tomé, favas à terra.
- Pelo Natal, sacha o faval.
- Pelo Natal se houver luar, senta-te ao lar; se houver escuro, semeia outeiros e tudo.
- Pelo Natal semeia o teu alhal, e se o quiseres cabeçudo semeia-o pelo Entrudo.
- Pelo Natal, poda natural.
- Pelo São Silvestre, nem no alho nem na réstea.
- Quando o menino nasceu tudo cresceu.
- Quem colhe azeitona antes do Natal deixa o azeite no olival.
- Quem quer bom alhal tem de o semear pelo Natal.
- Quem vareja antes do Natal deixa azeite no olival.
- Santa Bárbara por responso ou devoção afasta os raios para os montes que não dão palha nem pão.
- Tão bela como o laranjal, seja a tua alma pelo Natal.
- Tudo se quer no seu tempo, e os nabos, pelo advento.
Gerais
- Semeei em louvor de S. Joaquim. Se der dá, se não fica assim.
- Como vires o faval, assim espera pelo alhal.
- Couve: esterca-me uma vez e sacha-me uma vez.
- Entre couve e couve, alface.
- Aduba as terras, verás como medras.
- O estrume cria a novidade.
- A aveia quer ver o lavrador voltar para casa.
- A boa horta disse que a sachassem e não regassem.
- A campo fraco, lavrador forte.
- Quem semeia, sempre colhe.
- Quem semeia colhe.
- Semear para colher.
- Quem semeia em arneiros, semeia moios e colhe quarteiros.
- Para colher é preciso semear.
- O que plantas, isso colhes.
- Quem não semeia, não colhe.
- Como semeares, assim colherás.
- A erva ao vento se inclina.
- À erva ruim não seca a geada.
- A Erva ruim, não a queima a geada.
- A figueira quer a raiz na água e a cabeça ao sol.
- A lavrador descuidado os ratos levam o semeado; a lavrador preguiçoso os ratos levam o precioso.
- A má erva depressa nasce e tarde envelhece.
- A má erva mata a boa.
- A maçã podre estraga a companheira.
- À noite põe-se muito bacelo, de manhã está todo murcho.
- A par de ria, não compres vinha, nem olival, nem casaria.
- A par do rio, nem vinha nem olival.
- A seu tempo se colhem as peras.
- A pera quando madura há de cair.
- A seu tempo, vêm as uvas e as maçãs maduras.
- A terra cria ervas boas e más.
- A terra, posto que fértil, se não descansa, faz-se estéril.
- A vinha escave-a quem quiser, pode-a quem souber e estrume-a seu dono.
- A vista do dono aduba os campos.
- Abóbora semeada na Lua Cheia, dá abóbora e meia.
- Alentejo secalhão não dá pão.
- Amores de freira, flores de amendoeira, cedo vêm e pouco duram.
- Amores de freira, flores de amendoim, cedo vêm e pouco cá ficam.
- Ano bissexto, palha e grão cabem dentro de um cesto.
- Ano de bugalhos, ano de trabalhos.
- Ano de figo toirão, é ano de pão.
- Ano de figo torrão é ano de pão.
- Ano de muita neve, ano de pouco pão.
- Ano de nevão, ano de pão.
- Ano de neves, ano de pão e de muitos crescentes.
- Ano de rosas, ano de pão.
- Ano de Verão, ano de pão.
- Ano soão, ano de pão.
- Ao pé da silveira, padece a videira.
- Aonde alhos há, vinho haverá.
- Arco-íris contra a serra, chuva na terra; arco-íris contra o mar tira os bois e põe-te a lavrar.
- Árvore que não dá fruto, machado nela.
- Árvore ruim não dá bom fruto.
- As amoras e o trigo, vêm no tempo dos melões.
- Às pancadas, se malha o trigo.
- Às pancadinhas se malham os feijões.
- As pulgas vêm com as favas e vão com as uvas.
- Barriga cheia, feijões têm bicho.
- Boa árvore dá bons frutos.
- Boa árvore dá muita fruta.
- Boa árvore não dá ruim fruto.
- Boas sopas se farão, com bom adubo e bom pão.
- Bom ano de pão, mau ano de pão; as colheitas o dirão.
- Bom estrume e bom lavor, traz tudo num primor.
- Cada boa árvore que se planta, é um bom legado que se deixa; o homem completa-se quando: planta uma árvore, faz um filho e escreve um livro.
- Cada um colhe segundo semeia.
- Caminho trilhado não cria erva.
- Casa de pai, vinha de avô.
- Castanheiro para plantar deve ir na mão, carvalho às costas e sobreiro no carro.
- Cava bem a tua vinha, limparás a carapinha.
- Cava-me em pó, amanha-me em lodo, dar-te-ei ano formoso.
- Centeio: semeia-me no pó e de mim não tenhas dó.
- Cevada grada, ao outro dia segada.
- Cevada sobre esterco, espera cento e, se o ano for molhado, perde o cuidado.
- Chão pisado não dá erva.
- Chuva miúda e neve aturada são bom alimento de terra lavrada.
- Coisa que se não vende não se semeia.
- Colheitas de ano bissexto cabem todas num cesto.
- Com o tempo, amadurecem as uvas.
- Da grossura da terra vivem os enxertos.
- Da laranja o que quiseres, da lima o que puderes, do limão o que tiveres.
- Das cerejas à castanha, bem a gente se amanhã, do castanho ao cerejo, bem mal me vejo.
- De boa semente, bom fruto.
- De mau grão, nunca bom pão.
- De pendão a grão trinta dias são.
- De pequenino se torce o pepino.
- De ruim árvore nunca sai bom fruto.
- De ruim cabaça não sai boa pevide.
- De tal árvore, tal fruto.
- Deita estrume ao pão que as terras te o pagarão.
- Do cerejal ao castanhal bem vai; o pior é do castanhal ao cerejal.
- É semear na areia, o cantar a um surdo.
- Em ano geado, há pão dobrado.
- Em o tempo servindo, até as pedras dão trigo.
- Em tal lugar, não quero colher nem semear.
- Erva daninha depressa cresce.
- Erva má não a empeça a geada.
- Erva má, sempre vingará.
- Erva ruim não cresta geada.
- Erva ruim, cresce muito.
- Escave-me quem quiser, pode-me quem souber e cave-me seu dono [diz a vinha].
- Estaca nova de oliveira velha, no tempo da flor é cortar e pôr.
- Estruma bem e não balizes.
- Favas as primeiras, cerejas as últimas.
- Faz tua seara, onde canta a cigarra.
- Figo para ser bom deve ter: pescoço de enforcado, roupa de pobre e olho de viúva.
- Flor caída não volta ao galho.
- Flor colhida, fruto perdido.
- Folga o trigo debaixo da neve, como a ovelha debaixo da pele.
- Fruta madura que fica no pé, passarinho bica.
- Grandes árvores dão mais sombra que fruto.
- Guarda prado, criarás gado.
- Horta e celeiro não querem companheiro.
- Inverno com nevão, ano de pão.
- Inverno de Março e seca de Abril deixam o lavrador a pedir.
- Isso é trigo sem joio.
- Lágrimas de sermão e chuva de trovoada caem na terra e não valem nada.
- Laranja azeda não dá laranja.
- Lua cheia, abóboras como areia.
- Lua cheia, não cortes aveia, nem tua nem alheia.
- Lua nova muita rama e pouca abóbora.
- Má erva depressa nasce e tudo envelhece.
- Mais faz o ano que o campo bem lavrado.
- Mais produz culta tapada que herdade mal amanhada.
- Mais vale a água do céu que todo o regado.
- Mata a sede à terra que ela te matará a fome.
- Menino e milho no Verão têm frio.
- Milho ralo faz do Demo cavalo; e milho basto, o dono andar de rasto.
- Milho ralo faz o dono cavalo e milho basto faz o dono andar de rasto.
- Muitas vezes a má folha esconde o melhor fruto.
- Muito pão ou pouco pão, as colheitas o dirão.
- Na terra barrenta a areia é estrume.
- Nabo e peixe, debaixo da geada crescem.
- Não cresce erva em caminho batido.
- Não faças horta em sombrio, nem casa ao pé do rio.
- Não há boa terra sem bom lavrador.
- Não há coisa que tanto pegue como a silva.
- Não há trigo sem joio.
- Nasce na hora o que não semeia o hortelão.
- Nasce o trigo conforme o semeiam.
- Nem erva no trigo, nem suspeita no amigo.
- Nem sempre a árvore frondosa dá fruta saborosa.
- Nem vinha em baixa, nem trigo em cascalho.
- No crescente por diante vides podes enxertar, e em todo o minguante faz muito por podar.
- Nunca de má árvore bom fruto.
- O bom fruto vem da boa semente.
- O bom mosto salta ao rosto.
- O castanheiro para plantar precisa de ir na mão; o carvalho às costas, o sobreiro na mão.
- O milho quer sol na folha e água na raiz.
- O nabo e o peixe depois da geada crescem.
- O pé do dono é estrume da herdade.
- O primeiro milho é dos pardais.
- O que à terra deres já, ela depois te o dará.
- O repolho e o cevão têm de ficar prontos no Verão.
- O temporão dá palha ou grão.
- O vento suão cria palha e pão.
- Oliveira não tem folha, o pavão comeu-a toda.
- Oliveira, a do meu avô; figueira, a do meu pai; vinha, a que eu puser.
- Onde nasce a lagarta aí se farta.
- Os amores e o trigo vêm no tempo dos melões.
- Para o ano ser de pão, sete neves e um nevão.
- Pastor descuidado ao Sol posto junta o gado.
- Pau que nasce torto, tarde ou nunca se endireita.
- Pé de lavrador não calca seara.
- Pelos favais verás o mais.
- Pelos teus favais regulas os mais.
- Planta mal semeada vem mal medrada
- Planta muitas vezes transportada, não cresce nem mingua.
- Planta muitas vezes transportada, nem medra nem cresce.
- Planta não semeada vem mais medrada.
- Poda curta, vindima longa.
- Poda na rama, vinho na cama.
- Poda tardio, semeia temporão, terás vinho e pão.
- Poda tardio, semeia temporão; acertarás quatro anos e um não.
- Poda tardio, semeia temporão; se errares um ano acertarás quatro.
- Pode-me quem quiser, empe-me quem souber.
- Qual a sementeira, tal a eira.
- Quando a cevada está grada deve ser logo ceifada.
- Quando a cevada está madura, deve logo ser ceifada.
- Quando a horta falou, disse que a sachassem mas não regassem.
- Quando a Lua minguar nada mais hás de semear.
- Quando a Lua minguar não deves semear nem regar.
- Quando a Lua minguar, não deves começar.
- Quando estão ruivas no mar, pega nos bois e põe-te a lavrar.
- Quando não o dão os campos, não o dão os santos.
- Quanto mais cresce a árvore, mais sombra dá.
- Quanto mais preta é a cereja, mais doce o é.
- Quem abrolhos semeia, espinhos colhe.
- Quem em boa terra semeia, cada dia tem boa estreia.
- Quem em ruim parte tem a vinha, às costas tira a vindima.
- Quem guarda bolota, guarda estrume.
- Quem mal lavra pouco ceifa.
- Quem no Algarve morar, tenha vinha e figueiral com figueira de tocar.
- Quem planta boa árvore, bom legado deixa.
- Quem planta no Outono, leva um ano de abono.
- Quem poda sem colete, vindima sem cesto.
- Quem poda tardio e semeia temporão, tem vinho e pão.
- Quem quer couves aos braçados, cava-as todos os sábados.
- Quem ralo semeia, rala leva a paveia.
- Quem semeia basto, gasta mais e colhe menos.
- Quem semeia em caminhos cansa os bois e perde o trigo.
- Quem semeia em restolho chora com um olho, e eu que não semeei, com os dois chorarei.
- Quem semeia misturas, mal pode colher trigo.
- Quem tarda muito em lavrar, pouco há-de enceleirar.
- Rego aberto meia jeira é.
- Respigar também é colher.
- Ruim árvore nem o Sol a cresta.
- Se não arrancas a silveira, sofre a videira.
- Se queres a vinha velha remoçada, poda-a enfolhada.
- Se queres boa achega, cava, estruma.
- Se queres colher frutos semeia-os primeiro.
- Semeia a aveia a fugir, e a cevada a dormir.
- Semeia a ervilha a passo de filha.
- Semeia a fava a passo de cabra.
- Semeia cedo e colhe tardio, colherás pão e vinho.
- Semeia nabiças no pó e, por elas, não tenhas dó.
- Semeia no pó e não tenhas dó.
- Semeia trigo em barral e não ponhas vinho em cascalhal.
- Semeia-me na lama, mas faz-me boa cama, diz o trigo.
- Semeia-me no pó e de mim não tenhas dó, diz o nabo.
- Separar o trigo do joio.
- Sol de Deus e sombra de dono fazem medrar a sementeira.
- Sol e boa terra fazem bom gado, que não pastor afamado.
- Tempo de chuva, tempo de pulga.
- Tempo frio e enevoado aduba alqueive e prado.
- Terra de fetos, guarda-a para os netos.
- Trigo centeioso, pão proveitoso.
- Trigo com morrão não faz bom pão.
- Trigo loiro, pargo toiro.
- Trigo, deita-o na lama que o deitas em boa cama.
- Trovoada da terra para o mar, toma os bois e vai lavrar; do mar para a terra, ceva-os bem e vai para a taberna.
- Uma boa nevada faz a terra bem estrumada.
- Uma maça podre apodrece um cento.
- Uma milharada está na barriga de uma trovoada.
- Uma milheirada está no cabo de uma trovoada.
- Vento Suão cria palha e grão.
- Vento Suão não dá pão.
- Vento Suão seca a terra e não dá pão.
- Verão colhe, Inverno come.
- Vessada de sequeiro precisa de chuveiro.
- Vindima molhada acaba cedo e aliviada.
- Vindima molhada, cedo acabada.
- Vindima molhada, pipa depressa despejada.
- Vindima, enxuta e fria.
- Vinha na Lua Nova podada, nem dá vinho nem dá nada.
- Vinha onde pegue, horta onde regue.
- Vinha posta em bom compasso, ao primeiro ano dá agraço.
Fonte: Análise da Fundamentação Agronómica dos Provérbios Agrícolas Portugueses
Foto: Pixabay
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