O que acontece aos painéis solares e às pás das eólicas em fim de vida?
Portugal tem vindo a apostar cada vez mais nas energias renováveis, mas o que acontece aos painéis solares e às pás das eólicas em fim de vida?
Segundo um relatório da Agência Internacional para as Energias Renováveis (IRENA), até 2030 haverá até 8 milhões de toneladas de resíduos dos painéis solares, um valor que passará para 78 milhões de toneladas até 2050.
Os painéis solares têm uma vida útil de 25 a 30 anos. De acordo com as leis da UE, os fabricantes são obrigados a recolher 85% dos painéis solares em fim de vida e a reciclar 80% dos seus materiais.
É possível reciclar-se até 97% dos componentes dos painéis solares que podem ser utilizados na produção de novos painéis. Os painéis são feitos principalmente de vidro (cerca de 75%) e também de silício, alumínio, cobre e prata que podem ser reutilizados ou reciclados.
Em França, em junho de 2023, foi inaugurada a Rosi, a primeira fábrica dedicada à reciclagem completa de painéis solares.
As pás das eólicas são produzidas à base de compósitos de vários materiais (resinas reforçadas com fibra de vidro ou de carbono, colas, vernizes e metais) o que dificulta a sua identificação para reciclagem e por esta razão uma parte significativa acaba em aterros. Algumas pás são convertidas em elementos arquitetónicos ou decorativos. A maioria das peças das turbinas eólicas são recicláveis pois são compostas de materiais metálicos.
Segundo projeções da WindEurope, cerca de 25.000 toneladas de pás de aerogeradores vão ser desativadas anualmente até 2025, por alcançarem o fim da sua vida útil, e até 2030 esse número deverá aumentar para 52.000 toneladas/ano.
A Vestas, uma produtora de turbinas eólicas dinamarquesa, anunciou o desenvolvimento de tecnologias que permitem reciclar completamente as pás das turbinas. Foi desenvolvido um composto químico que permite a decomposição da resina epóxi utilizada nas pás, transformando-as nas suas matérias-primas originais. Esta solução torna as pás das turbinas à base de epóxi completamente recicláveis.
Associações como a WindEurope têm vindo a exigir a proibição, a partir de 2025, do descarte em aterros das pás de aerogeradores em toda a Europa.
Foto: Pixabay