Paris e outras quatro cidades francesas proíbem uso de pesticidas
Paris, Lille, Nantes, Grenoble e Clermont-Ferrand proibiram, no início de setembro, o uso de pesticidas sintéticos nos seus territórios, invocando a necessidade de salvaguardar a biodiversidade e a saúde pública.
“É uma iniciativa concertada para mudar a lei e contribuir para proteger o inestimável património da biodiversidade nos nossos territórios e a saúde dos nossos concidadãos”, lê-se no comunicado conjunto das cinco grandes cidades.
A medida é sobretudo simbólica, uma vez que a utilização de pesticidas sintéticos em espaços verdes públicos já está proibida em França desde 2017. Em janeiro deste ano, os particulares e jardineiros amadores também passaram a poder apenas utilizar produtos fitofarmacêuticos de origem natural.
As poucas zonas urbanas que não estão abrangidas por estas proibições incluem os espaços verdes geridos por proprietários privados ou por empresas, como a operadora ferroviária francesa SNCF, que utiliza o controverso herbicida glifosato nos caminhos de ferro.
Com esta iniciativa, os presidentes das cinco cidades querem exercer pressão sobre o governo, em plena polémica sobre as distâncias mínimas entre as zonas residenciais e as áreas de aplicação de pesticidas, e apoiar as dezenas de localidades por todo o país que tomaram medidas semelhantes.
O movimento teve início em maio, em Langouet, quando o presidente Daniel Cueff proibiu o uso de pesticidas a menos de 150 metros de distância de habitações ou locais de trabalho. A proibição foi depois revogada por um tribunal, que decretou que não era da competência de Cueff tomar este tipo de decisão. Apesar dos contratempos, o movimento continua a ganhar força.
O governo de Emmanuel Macron propôs proibir o uso de pesticidas a uma distância inferior a 5-10 metros das zonas residenciais – uma proposta considerada insuficiente pelos grupos ambientalistas, que pedem a criação de uma “zona tampão” de 150 metros.
Foto: benjamin/Flickr