Bélgica Tornar-se-á no 7º País a Banir os Delfinários Permanentemente
A Flandres, região no noroeste da Bélgica, anunciou uma decisão histórica para o bem-estar animal: a proibição permanente de delfinários. Com esta medida, a Bélgica tornar-se-á no sétimo país no mundo, e o quarto na Europa, a adotar esta medida. O anúncio foi feito no dia 17 de novembro pelo Ministro do Bem-Estar Animal, Ben Weyts.
O Boudewijn Seapark, em Bruges, onde sete golfinhos-nariz-de-garrafa vivem confinados num tanque de betão, terá de encerrar o seu delfinário até 2037. Além disso, o parque está obrigado a implementar melhorias imediatas, como a construção de uma piscina ao ar livre até 2027, e está proibido de reproduzir ou importar novos cetáceos.
Golfinhos em cativeiro: uma realidade em declínio
Em comunicado, o ministro justificou a decisão ao afirmar que, embora muitos belgas tenham boas memórias de delfinários, “a ciência é clara: os golfinhos são criaturas sensíveis que não prosperam em cativeiro”. Acrescentou ainda que, como uma sociedade civilizada, é essencial fazer escolhas claras pelo bem-estar animal.
A decisão reflete anos de trabalho árduo de organizações de defesa dos direitos dos animais, como a GAIA, e ativistas como Yvon Godefroid, que iniciaram os esforços para fechar os delfinários na Bélgica ainda na década de 1990. A colaboração com projetos como o Dolphin Project, liderado por Ric O’Barry, também desempenhou um papel fundamental nesta conquista.
Os delfinários têm enfrentado crescente escrutínio devido às condições de vida dos cetáceos em cativeiro. Os golfinhos, conhecidos pela sua inteligência e comportamento social complexo, percorrem até 100 km por dia nos oceanos. Em cativeiro, são mantidos em piscinas pequenas, privados de estímulos naturais e frequentemente expostos a stress físico e psicológico.
Um futuro sem delfinários
O encerramento do Boudewijn Seapark marca o fim de uma era e destaca a evolução da consciência coletiva sobre o tratamento ético de animais. Após 2037, apenas abrigos especializados poderão receber golfinhos na Flandres, exclusivamente para fins de recuperação e libertação na natureza, sem qualquer exibição pública.
Para Ric O’Barry, que há mais de 25 anos apoia o fim dos delfinários na Bélgica, esta vitória é “uma sensação maravilhosa”. A GAIA e outros grupos continuam a defender que os golfinhos de Boudewijn sejam transferidos para santuários em água salgada, onde possam viver os seus anos restantes em condições mais próximas do ambiente natural.
Impacto global
A decisão da Flandres serve de exemplo para outras nações que ainda mantêm cetáceos em cativeiro. Este marco reforça a necessidade de repensar o papel dos animais na sociedade e de escolher a compaixão em vez da exploração. O legado dos golfinhos cativos na Bélgica é um lembrete da importância de avançar para um futuro mais ético e sustentável.
BREAKING: Flemish Minister for Animal Welfare Ben Weyts announced on November 17th that Flanders will enforce a permanent ban on dolphinariums- This means that Belgium will finally become dolphinarium-free! Full story: https://t.co/7Ykn2YjZa8 #DolphinProject #ThanksButNoTanks pic.twitter.com/GOJUWrGy3J
— Dolphin Project (@Dolphin_Project) November 18, 2024