França espera cortar uso de glifosato em 80% até 2021
O ministro francês da Agricultura, Didier Guillaume, disse que a França deverá ter cortado o uso do herbicida glifosato em 80% até ao início de 2021.
Em novembro de 2017, o presidente francês Emmanuel Macron prometeu proibir o glifosato no país num prazo de três anos, rejeitando, desta forma, a decisão da União Europeia de prolongar o uso do herbicida por cinco anos.
O glifosato é um dos herbicidas mais usados no mundo, mas foi classificado pela Agência Internacional para a Investigação do Cancro da Organização Mundial da Saúde (OMS) como “provavelmente cancerígeno”.
A decisão de Macron de proibir o produto gerou protestos entre os agricultores, que defendem que necessitam de mais do que três anos para encontrarem alternativas viáveis do ponto de vista económico e ambiental.
Poucos meses após o anúncio da proibição, o presidente reconheceu que 10% dos agricultores ficariam isentos da mesma. Um ano depois, o número de agricultores que beneficiarão desta isenção continua a aumentar, conta a Reuters.
“O objetivo de Emmanuel Macron de abandonar o uso de glifosato até 1 de janeiro de 2021 é um objetivo político. Acho que o alcançaremos em 80% da agricultura francesa”, disse o ministro da Agricultura ao canal de televisão France 2. “Se o conseguirmos mais depressa, tanto melhor. Se não, o Presidente da República sempre disse que não deixaremos ninguém sem uma solução.”
Num debate realizado durante a semana passada, Macron admitiu que era “impossível” garantir o fim do uso do glifosato em 2021. “Eu sei que há quem gostaria que proibíssemos tudo de um dia para o outro. Mas eu digo: não é viável e mataria a nossa agricultura. E mesmo em três anos não chegaremos a 100% (…), acho que não”, declarou o presidente.
No dia 15 de janeiro, o tribunal administrativo de Lyon proibiu a venda e o uso de um dos produtos à base de glifosato da Monsanto/Bayer, o Roundup Pro 360, na França, invocando preocupações a nível da saúde.
Em agosto do ano passado, um tribunal de São Francisco condenou a Monsanto a pagar cerca de 250 milhões de euros a um doente oncológico em fase terminal por não ter alertado sobre a perigosidade do seu herbicida Roundup.