China “prepara-se para proibir venda de carne de cão” no festival de Yulin, diz HSI

China “prepara-se para proibir venda de carne de cão” no festival de Yulin, diz HSI

18 de Maio, 2017 0

Semanas antes do início do festival anual de carne de cão em Yulin, as organizações Humane Society International (HSI) e Duo Duo Project foram informadas, por ativistas chineses, de que “o governo de Yulin se prepara para proibir os restaurantes, vendedores de rua e comerciantes de vender carne de cão no evento”.

A HSI diz ter confirmado esta notícia com três comerciantes do maior mercado de carne de cão de Yulin e escreveu, num comunicado à imprensa, que “a proibição entrará em vigor a 15 de junho, uma semana antes do festival, que começa no solstício de Verão” e que haverá “multas de até 100 000 yuan e risco de prisão para transgressores”.

“Este ainda não é o fim do festival de carne de cão de Yulin”, declarou Peter Li, da HSI. “Mas se as notícias forem verdadeiras, como esperamos que sejam, trata-se de um importante prego no caixão para um evento terrível.”

“Mesmo que esta seja uma proibição temporária, temos esperança de que tenha um efeito de dominó, levando ao colapso do comércio de carne de cão”, disse Andrea Gung, diretora executiva do Duo Duo Project.

Numa entrevista por telefone para a National Geographic, a porta-voz da HSI, Wendy Higgins, explicou que ambas as organizações receberam, de forma independente, as notícias de ativistas chineses e de comerciantes e que não sabem se a venda de carne de gato também será proibida.

Os grupos ainda não viram nenhuma documentação escrita do governo de Yulin a confirmar a proibição, mas Peter Li não se mostra surpreendido com isto, já que, em 2014, o governo de Yulin emitiu uma ordem interna confidencial a proibir os funcionários de visitarem restaurantes de carne de cão durante o festival.

Segundo a HSI, todos os anos, mais de 10 milhões de cães e 4 milhões de gatos são mortos para consumo humano na China. Ao contrário do que se possa pensar, o festival de Yulin não é um evento tradicional, tendo sido criado, em 2010, por comerciantes de carne de cão que queriam aumentar os seus lucros. Muitos dos cães “são animais vadios e de companhia tirados das ruas, ainda com as suas coleiras quando chegam ao matadouro, onde são tipicamente espancados até à morte, conta a HSI.

De acordo com uma sondagem de 2016, quase 52% dos chineses querem que o comércio de carne de cão seja proibido e 70% afirmam nunca ter comido esta carne. A oposição à carne de cão é particularmente forte entre as gerações mais novas.

Foto: Animals Asia

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